Indicações Geográficas fortalecem cadeias produtivas e impulsionam o desenvolvimento sustentável no Pará
Painel da Uepa na COP30 destaca a proteção jurídica, a bioeconomia e o papel estratégico das marcas coletivas para ampliar a competitividade dos produtos paraenses
Com o painel “Indicações Geográficas e marcas coletivas no Estado do Pará: a proteção jurídica, bioeconomia e desenvolvimento territorial”, a Universidade do Estado do Pará (Uepa) participou, nesta sexta-feira (20), da programação do Pavilhão Pará, na Green Zone, durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), cuja programação oficial se encerra hoje.
O momento apresentou os resultados do grupo de pesquisa Laboratório de Análise e Pesquisas Territoriais Estratégicas da Amazônia (Lapet), com foco no estudo e na consolidação das Indicações Geográficas (IGs) e marcas coletivas como instrumentos de valorização de territórios e de fortalecimento da bioeconomia.
Segundo o professor Valente, o reconhecimento da origem dos produtos é essencial para garantir competitividade e preservação cultural.
“Esses instrumentos são reconhecidos mundialmente, e todos os países estão correndo para proteger seus produtos. Nós, paraenses, também precisamos proteger especialmente aqueles com grande potencial de escala, como o açaí, o cacau e a pimenta-do-reino”, destaca.
Ele enfatiza ainda que as políticas públicas desempenham papel decisivo para ampliar a presença das IGs no Estado.
“O importante é que o governo, por meio das políticas públicas — como o recém-criado Programa Estadual de Indicação Geográfica —, fomente não apenas as IGs e marcas já consolidadas, mas também incentive a criação de novas. Elas são instrumentos de proteção desses produtos e, acima de tudo, de desenvolvimento territorial”, explica Valente.
O professor reforça que o tema dialoga diretamente com as pautas da COP30. “Grande parte desses produtos é originada da agricultura familiar e está ancorada em princípios de sustentabilidade. O Pará tem uma grande oportunidade de promover o desenvolvimento sustentável das suas marcas produtivas”, conclui.
Assim, as Indicações Geográficas mostram caminhos estratégicos para impulsionar economias locais e fortalecer o papel do Pará na agenda global da bioeconomia.
