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Socioeducandos da Fundação de Adolescentes Socioeducativo (Fasepa) visitam Agrizone

Adolescentes conheceram ações ambientais dentro da ação Educação e Profissionalização mantida pela Fasepa

Por Governo do Pará (SECOM)
21/11/2025 10h20

Socioeducandos da Fundação de Adolescentes Socioeducativo do Pará (Fasepa) visitaram a Agrizone, um espaço de demonstração de agricultura sustentável que faz parte das atividades da COP30 (30ª Conferência Mundial sobre as Mudanças do Clima), e está aberto na Embrapa Amazônia Oriental, na travessa Dr. Enéas Pinheiro, no bairro do Marco, em Belém.

A visita aconteceu entre os dias 19 e 20 de novembro, e os adolescentes conheceram de perto técnicas sustentáveis de produção, fortalecendo o eixo Educação e Profissionalização com ações ambientais realizadas ao longo de todo o mês, antes e durante a Conferência.

Na Agrizone, o grupo de socioeducandos visitou livremente o espaço, e conheceu técnicas atualizadas de cultivo e preservação ambiental, além de visitar e conhecer o estande do Senar, parceiro constante das ações pedagógicas da Fasepa.

Um jovem de Salvaterra, que cumpre medida socioeducativa há nove meses, ressaltou a importância da experiência em visitar o espaço da Agrizone. “É a primeira vez que participo de um evento assim, e estou gostando. Lá na minha terra a gente planta abacaxi, mandioca, e tudo que estou aprendendo na Fasepa ajuda a melhorar o nosso plantio. Estar aqui é importante para mim”, afirmou.

 Outro socioeducando, de 17 anos, do município de Oriximiná, privado de liberdade há 5 meses, também gostou da ida ao espaço da Agrizone. “Gostei das oficinas de práticas de manejo ambiental. O trabalho no viveiro de mudas montado com canos de PVC e nylon foi muito legal, porque aprendi sobre enriquecimento do solo, compostagem, plantio e cuidado com as plantas. Isso eu vou poder usar quando sair da Fasepa. Hoje aqui, me sinto privilegiado por visitar esse espaço e ver tanta coisa da minha cultura", contou.

Por todo este mês de novembro, a Fasepa intensificou as ações educativas na socioeducação, com atividades voltadas à temática ambiental, em alinhamento às discussões da COP30. As 14 Unidades de Atendimento Socioeducativo e o Complexo Esportivo e Cultural Apoena, espaço destinado às atividades ambientais e culturais da fundação, promoveram oficinas educativas, campanhas e vivências que envolveram adolescentes e servidores na reflexão sobre sustentabilidade e preservação do meio ambiente.

As iniciativas incluíram produção de cartazes e murais, oficinas de reciclagem, rodas de conversa, práticas em áreas verdes e visitas a espaços dedicados ao ensino e à valorização ambiental. A ida à Agrizone, é um exemplo das atividades externas.

De acordo com a Fasepa, as ações programadas durante o período da COP30 reforçam a educação ambiental como ferramenta essencial no processo socioeducativo, estimulando consciência crítica, responsabilidade coletiva e habilidades socioemocionais.

Segundo Alan Lima, do Eixo Educação da Fasepa, a instituição cumpre papel estratégico ao incorporar temas como sustentabilidade, combate à poluição, uso racional dos recursos e preservação ambiental. Para ele, essa abordagem amplia o conhecimento, fortalece o pensamento crítico dos socioeducandos e estimula uma participação cidadã mais ativa nas discussões socioambientais. “Se não houver mudança de comportamento em cada indivíduo, não teremos transformações sociais significativas capazes de influenciar, de fato, as políticas ambientais”, destacou.

O Complexo de Esporte e Cultura Apoena, um dos principais espaços formativos da Fasepa, se destaca pela forte atuação na educação ambiental. No local, a consciência ecológica dos socioeducandos é fortalecida por meio de práticas que unem teoria, cultivo e preservação, ensinando a arte de plantar e cuidar da natureza. Entre as atividades, estão oficinas de meio ambiente, horticultura, fruticultura, compostagem, jardinagem, plantas ornamentais e medicinais, além de iniciativas de bioeconomia, artesanato, teatro, música, pintura, desenho em quadrinhos e muralismo.

Essas ações valorizam os saberes amazônicos, incentivam o empreendedorismo sustentável e consolidam a educação ambiental como eixo transformador. Ao incorporar Sistemas Agroflorestais (SAFs) como prática socioeducativa e alinhar as atividades ao conceito de justiça climática com enfoque de gênero, a Fasepa amplia oportunidades de reinserção social e formação cidadã.

Durante a COP30, uma das oficinas oferecidas aos socioeducandos no complexo e unidades, ensinou a produzir mudas reutilizando copos descartáveis e garrafas PET, integrando sustentabilidade e qualificação profissional. 

As atividades contam com a parceria do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), fortalecendo a formação técnica e ampliando o repertório educativo dos socioeducandos.

“Há seis anos atuamos na socioeducação, oferecendo cursos de profissionalização em áreas como floricultura, jardinagem, paisagismo e beneficiamento de produtos regionais. Por isso, consideramos essencial que os socioeducandos tenham a oportunidade de vivenciar experiências como esta, dialogando com produtores que passaram por formações semelhantes e hoje são empreendedores consolidados. Esse contato direto, aliado à capacitação, é fundamental para o processo socioeducativo”, destacou Júlio Pires, coordenador pedagógico e das ações socioeducativas do Senar Pará.

Para Raquel Amarantes, assistente técnica do programa Fazendo Justiça, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), iniciativas como essa demonstram o compromisso da Fasepa com uma socioeducação transformadora.

“Esse tipo de ação evidencia o compromisso da Fasepa com uma socioeducação de qualidade. Proporcionar experiências como essa amplia a perspectiva dos adolescentes, fortalece a autonomia, agrega valores e gera conhecimento. É uma iniciativa essencial dentro do processo socioeducativo. Isso é promover a socioeducação, isso é prática pedagógica em sua essência”, reforçou.

As oficinas artísticas e educativas com temáticas ambientais seguem até o fim de novembro. No Complexo Apoena, as atividades permanentes continuarão de forma fixa, assegurando a continuidade do trabalho desenvolvido ao longo do ano com os socioeducandos, em parceria com o Senar, especialmente no fortalecimento da formação ambiental e das práticas de cultivo.

Texto de Dani Valente / Ascom Fasepa