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ENSINO SUPERIOR

Uepa forma primeira turma do curso de graduação em Saúde Coletiva

Instituição é pioneira na oferta da formação em nível superior, na capital. Novos profissionais poderão atuar nos diferentes níveis de atenção à saúde via SUS.

Por Governo do Pará (SECOM)
28/09/2023 13h10

Formar sanitaristas na Amazônia para estruturar e aprimorar o setor de políticas públicas da saúde é um dos objetivos da Universidade do Estado do Pará (Uepa), que por meio da coordenação do curso de graduação em Saúde Coletiva, do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS), entregou 12 concluintes da primeira turma do curso de graduação em Saúde Coletiva. Criado no ano de 2019, o curso da Uepa é pioneiro na capital paraense.

A solenidade ocorreu na noite de quarta-feira (27), no auditório da Unidade de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Ueafto), no CCBS, Campus II, em Belém. A cerimônia contou com a presença da vice-reitora da Uepa, Ilma Pastana Ferreira; do diretor do CCBS, Emanuel Sousa; do coordenador do curso de Saúde Coletiva, Nelson Veiga Gonçalves; de professores da Uepa e demais gestores, como a diretora da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), Kelly Silveira, que representou o órgão, e a médica e presidente do Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (FHCGV), Heloisa Guimarães.

"Esta é a nossa primeira turma de Saúde Coletiva na Uepa, é a turma do desafio. Vocês já são inspirações para as próximas turmas e estão sendo formados para gerenciar o SUS. Os novos sanitaristas vão ampliar e melhorar a rede de atenção. O SUS precisa de gestores como vocês. Agora, é devolver o trabalho para a nossa população que necessita tanto", declarou Ilma Pastana.

A graduação prepara profissionais com formação generalista, humanista, crítica e reflexiva, habilitados para o exercício de atividades do campo da Saúde Coletiva, em todos os níveis de gestão e de atenção à saúde. Sendo uma área de conhecimento multidisciplinar, o bacharel em Saúde Coletiva é capaz de analisar os processos e as variáveis sociais por trás das doenças. Assim, a universidade se compromete na formação de profissionais qualificados para construir um planejamento mais eficiente para a assistência prestada pelos serviços de saúde, tanto no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), como intersetorialmente.

A formatura da primeira turma de Saúde Coletiva representa o pioneirismo e a presença estratégica da Uepa na capital e no estado do Pará, no contexto de formar sanitaristas capacitados para atuar e pensar na gestão, principalmente do SUS, viabilizando a criação de projetos adequados ao cenário social e ambiental em benefício da população paraense. Além de Belém, neste ano de 2023 foram iniciadas duas turmas de Saúde Coletiva, ofertadas pela Uepa, nos municípios de Capanema e São João da Ponta, pelo programa "Forma Pará", que ocorre em parceria com a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica (Sectet).

Para a diretora de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde da Sespa, Kelly Silveira, a pandemia mostrou a necessidade de sanitaristas no país, e em breve, a presença de sanitaristas será uma exigência do mercado de trabalho.

"Esta é a formatura de profissionais muito importantes para a área da saúde do estado, para os 144 municípios paraenses e para o Brasil todo, porque é a Saúde Coletiva que vai propor soluções para a assistência à saúde da comunidade e garantir o fortalecimento do SUS. Desta forma, podemos dimensionar a importância dos sanitaristas. Vocês estão na vanguarda no estado e no país. Vocês são essenciais", afirmou.

O diretor do CCBS, Emanuel Sousa, estimulou a todos que exerçam a profissão com ética, competência e solidariedade: "Esta turma tem um grande desafio de planejar e desenvolver uma saúde de qualidade para a nossa população. Para nós, do CCBS/Uepa, é uma grande felicidade formar, numa universidade pública, sanitaristas para a comunidade".

Histórico - A graduação do bacharelado em Saúde Coletiva foi criada no ano de 2019, na Universidade do Estado do Pará. É ofertada na modalidade presencial, em regime seriado semestral, com quatro anos de duração e carga horária total de 3.840h divididas em eixos de aprendizagens. A formação habilita para a atuação na gestão, planejamento, prevenção, promoção de saúde e para a melhoria da qualidade da vida humana. É pautada em princípios éticos, legais e na compreensão geral do panorama social, cultural, político e econômico do seu meio, com base no rigor científico e intelectual, a partir de pesquisas e produção de novos conhecimentos, dirigindo sua atuação para a transformação da realidade.

Professor e doutor em Epidemiologia, Nelson Veiga Gonçalves foi o idealizador do curso, atuando no desenvolvimento do projeto político-pedagógico e compartilhando todas as fases da história da graduação até o momento.

"Para mim é uma imensa satisfação ver a primeira turma colando grau em Saúde Coletiva pela Universidade do Estado do Pará, principalmente em um contexto de necessidade de formar pessoas qualificadas para atuar na gestão do nosso Sistema Único de Saúde. Pessoas com capacidade de pensar o SUS, a partir do planejamento do controle, do acompanhamento e da gestão dos serviços de saúde, possibilitando, desta forma, o resgate de um passivo com a formação de profissionais sanitaristas", ressaltou.

Nelson pontuou sobre o curso ser extremamente necessário na Amazônia, uma região com grandes desigualdades, distâncias e necessidades. "Vocês, colandos, foram preparados para fazer uma leitura crítica do meio em que vivemos. Que vocês sejam profissionais sensíveis ao sofrimento e à necessidade dessa população tão carente."

Potencial - A aluna concluinte de Saúde Coletiva, Cintia Sá, contou que foi somente no início do curso os calouros foram entendendo o papel essencial do sanitarista, e hoje compreendem de forma amadurecida a importância do sanitarista na sociedade e dentro da área de saúde.

"O curso veio para ser destaque entre as graduações de saúde da Uepa. A nossa expectativa com a formatura é grande. Acreditamos que o campo de trabalho comece cada vez mais a se ampliar para os sanitaristas, com a vinda de concursos na área, assim como mestrados e residências que são importantes para a nossa permanente capacitação", disse.

Outro exemplo de sucesso na graduação do curso é o da jovem Andressa Vulcão. Ela foi a primeira discente da turma a se formar, pois teve que antecipar os créditos e formatura, devido à aprovação em concurso público para cargo na área da Saúde Coletiva, em Cuiabá, no estado do Mato Grosso, região centro-oeste do país. "Hoje, estou como coordenadora efetiva do Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) tipo III de Cuiabá, desenvolvendo os três pilares fundamentais do sanitarista: gestão, planejamento e epidemiologia", destacou.

Andressa explica o papel do sanitarista em seu trabalho diário, em que, na gestão, realiza a coordenação de pessoas e de recursos materiais e insumos; na epidemiologia, faz a orientação e supervisão dos lançamentos diários e mensais de atendimentos realizados no CEO, além de verificar se as metas por especialidade estão sendo alcançadas, como preconiza o Ministério da Saúde. A partir disso, realiza o planejamento de estratégias no serviço. "O maior objetivo do meu trabalho é qualificar o serviço de saúde e articular os pontos da Rede de Saúde Bucal, para que a população tenha acesso à saúde de forma integral, jamais esquecendo da humanização", ressaltou.

No curso, Andressa destacou que os alunos podem caminhar de forma transversal no tripé da Universidade. Ela procurou por vagas com bolsa na monitoria e para projetos de extensão e pesquisa, conquistando a primeira bolsa de monitoria na graduação.

"Fui bolsista do Programa de Educação pelo Trabalho para o SUS (PET-Saúde), bolsista do projeto de extensão Empodera Marajoaras, que leva assistência à saúde e educação popular em Saúde da Mulher para mulheres na ilha do Marajó. Fui estagiária e voluntária em programas de iniciação científica, representando a Uepa, e representante estudantil no Contrato Organizativo de Ação Pública Ensino-Saúde (Coapes), que visa aproximar os estudantes do serviço público de saúde".

A graduada afirma que o curso transformou a sua vida e, por meio dele, também poderá melhorar a vida da comunidade que depende do SUS. “Sou grata por não ter desistido e acreditado que a Saúde Coletiva é potente e os sanitaristas são agentes que mudam a realidade. A Saúde Coletiva visa formar mentes brilhantes", completou.

Presente na solenidade desta quarta-feira, a médica Heloísa Guimarães foi a autora do Projeto de Lei que criou o Dia Estadual do Profissional de Saúde Coletiva, comemorado no dia 9 de junho, para homenagear os sanitaristas. “Tive a honra de criar essa data, que difundirá essa especialidade tão importante para nossa atenção primária, para nossa atenção na rede SUS, para atenção às pessoas. Isso sim é fazer diferença na vida das pessoas. Este curso faz com que a universidade possa colaborar com a sociedade em prol de dias melhores para todos. A Uepa está de parabéns", concluiu.

Texto: Diane Maués/Ascom Uepa