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Olimpíada de Matemática é oportunidade para alunos da rede pública de ensino

Por Redação - Agência PA (SECOM)
26/02/2015 20h22

A 11ª Olimpíada Brasileira de Matemática de Escolas Públicas (Obmep) abriu as inscrições para a primeira etapa com a expectativa de ultrapassar um milhão de inscritos no Pará. Quarto maior em número de inscritos, o Estado conquistou 200 medalhas nos últimos três anos. As provas serão aplicadas no dia 2 de junho, pelo Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), elaboradas especificamente para as escolas públicas, como uma derivação da Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM).

“A OBM era concentrada para escolas particulares. Ao invés de contar com 30 ou 40 mil alunos, hoje a Obmep beira os 20 milhões de participantes. Temos a primeira fase, na qual participam 100% dos municípios do Pará, cerca de um milhão de alunos. Da segunda etapa participam apenas os 5% melhores da primeira”, explica o professor da Universidade Federal do Pará (UFPA) José Augusto Fernandes, um dos coordenadores da competição no Estado.

Aos 13 anos, o estudante João Victor Lima é um dos 76 jovens premiados na Obmep no Pará em 2014. Ele foi o único premiado em sua escola e também o único que se interessou em buscar mais conhecimento para superar a prova. Curioso, começou a pesquisa sobre a Obmep desde cedo. “Fui fazendo todas as provas da olimpíada em casa, desde o início. Foram dez provas que estudei e revisei. Percebi que aquela era uma matemática bem avançada, muito diferente da que eu via na escola. Daí tive de me adaptar. Achei difícil, mas depois me acostumei. No começo não entendia nada, mas depois que comecei a estudar a matemática avançada, até a lição da sala de aula foi ficando mais fácil”, diz Victor, ganhador da medalha de ouro.

Os medalhistas recebem uma bolsa de estudos e podem participar de um curso de matemática avançada no Instituto de Ciências Exatas e Naturais (Icen) da UFPA, onde trabalham ainda mais as habilidades ao lado de professores da universidade e alunos de outras escolas públicas. A mãe de Victor, Alessandra Lima, percebe a melhora no dia a dia do estudante. “Como mãe percebi ele começou a se desenvolver ainda mais. Ele consegue resolver questões com muito mais facilidade, de cabeça, inclusive me ajudando em questões de lógica para concurso público, em que tenho dificuldade. Com certeza a gente dá todo o apoio que pode”, diz.

Conquistas – A medicina e a matemática fazem parte da história de família do universitário Caio Araújo, 18. Ele morava em Rondon do Pará, no sudeste do Estado, quando começou a participar da Obmep, ainda em 2008, no ensino fundamental. A família se mudou quando a mãe, Elisângela de Araújo, decidiu entrar da faculdade de medicina e o pai, Luciano Teixeira, vendeu a propriedade rural que tinha em Rondon para ajudar a realizar o sonho da esposa.

“Nos mudamos para Belém e eu continuei a estudar. Nunca pensei que ganharia alguma coisa, mas estudar matemática para mim era um prazer. Participei de 2008 a 2013 da Obmep e ganhei duas menções honrosas. Em 2013 consegui a medalha de bronze. Foi uma grande surpresa”, conta o estudante, que hoje, a exemplo da mãe, também é universitário de medicina, desde o ano passado.

“A gente vê que ele é esforçado e tem futuro. Basta ele explorar o que vem desenvolvendo e melhorar. Eu incentivo desde as primeiras olimpíadas. No começo ele não tinha muito interesse, mas se surpreendeu com a própria habilidade. A gente vê que ele tem talento para isso”, diz o pai de Caio.

“Eu tinha certeza que não conseguiria nenhuma medalha, principalmente na última prova, mas o meu pai sempre me incentivou, e realmente me surpreendi. Fiz parte do grupo de estudos na UFPA, e foi um período muito legal, pois pude ver alunos mais novos que já estavam muito mais avançados do que eu. Essa experiência me ajudou no vestibular e, até hoje, a matemática me acompanha em várias disciplinas no curso de medicina”, diz Caio.

Como conquistar prêmios já faz parte da carreira do estudante, nesta semana ele soube que foi aprovado no programa Jovens Talentos, do governo federal, e participará de um programa de iniciação científica na área de medicina.

Inscrição – As inscrições na Obmep podem ser feitas pelas escolas no site www.obmep.org.br. Os alunos aptos para as provas devem ser cadastrados até o dia 31 de março. Nesta edição, serão premiados 6,5 mil estudantes com medalhas (500 medalhas de ouro, 1,5 mil de prata e 4,5 mil de bronze) e cerca de 46,2 mil com menções honrosas.

A Obmep é dividia em duas fases e tem três níveis de participação: 1, para alunos do 6º e 7º anos do ensino fundamental; 2, para alunos do 8º e 9º anos do ensino fundamental; e 3, para alunos do 1º, 2º e 3º anos do ensino médio. No dia 2 de junho, são as provas da primeira fase. Os classificados vão para a etapa seguinte, que será no dia 12 de setembro, e os resultados serão divulgados no site da olimpíada no dia 27 de novembro.

Os 6,5 mil medalhistas da Obmep 2015 serão convidados a participar do Programa de Iniciação Científica Jr. (PIC), ao longo de 2016. Além de premiar os estudantes com melhor desempenho na prova da segunda fase, a Obmep também premia professores, escolas e secretarias de educação de municípios que se destacaram em virtude do desempenho dos alunos.

A Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas é uma atividade do Impa voltada para o ensino médio e fundamental. Promovida com recursos dos ministérios da Educação e da Ciência, Tecnologia e Inovação, com apoio da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM), a olimpíada foi criada em 2005 com o objetivo de estimular o estudo da matemática nas escolas públicas e revelar talentos.

A primeira edição da Obmep envolveu 10,5 milhões de alunos de 31 mil escolas, localizadas em 93,5% dos municípios brasileiros. Hoje as provas mobilizam mais de 18 milhões de alunos de cerca de 47 mil escolas (localizadas em mais de 99% dos municípios). No site da olimpíada, além de informações sobre os programas correlacionados, alunos, pais de alunos e professores encontram materiais didáticos como bancos de questões e resolução, em vídeo, de provas de edições anteriores.

Para o coordenador de Ensino Médio da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), Jaime Ramos, a Olimpíada Brasileira de Matemática tem por objetivo estimular o estudo da matemática de forma prática, com conteúdos do dia a dia nas escolas públicas, assim como possibilita revelar talentos desenvolvendo maior autonomia, raciocínio lógico-matemático e uma formação mais completa. "Ela possibilita também desenvolver e aperfeiçoar a capacitação dos professores, e influencia na melhoria do processo ensino-aprendizagem", concluiu.