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Polícia controla motim em unidades prisionais durante a madrugada

Por Redação - Agência PA (SECOM)
27/02/2015 09h02

Uma força-tarefa que mobilizou mais de 200 homens das Polícias Militar e Civil e também do Corpo Bombeiros conseguiu conter motins realizados por detentos de quatro unidades prisionais da Região Metropolitana de Belém - complexos penitenciários de Marituba e Santa Isabel (CRPP I e II) e nos Presídios Estaduais Metropolitano I e III (PEM I e III) - na noite de quinta, 26, e madrugada desta sexta-feira, 27. Apesar da ação rápida e antecipada, que garantiu o controle da situação nas casas penais, as instalações do CRPP I foram completamente depredadas. Os detentos destruíram portas e parte da estrutura de paredes, teto e calçadas, para tentar conter a ocupação policial.

A polícia utilizou bombas de efeito moral e armas não letais durante a operação. No complexo penitenciário de Santa Izabel, onde o motim envolveu mais de mil detentos, a estrutura ficou bastante comprometida. Pedaços de concreto foram arrancados do calçamento e das paredes para serem usadas contra o efetivo policial. Ao final da ação de contenção, era possível ver muitas pedras e entulhos espalhados no pátio da casa penal. As áreas mais amplas do presídio foram usadas para a revista e a contagem dos amotinados, já que os demais espaços estavam repletos de destroços. O teto das quadras foi parcialmente destruído pelas pedras, colchões e portas foram queimados para facilitar uma possível fuga, estratégia essa frustrada pela ação coordenada da PM.

“Desde a última segunda-feira, 23, internos de unidades prisionais do Complexo Penitenciário de Santa Izabel e de Marituba iniciaram uma paralisação pacífica. Eles se recusaram a sair para audiências, aulas e atividades externas. Os detentos reivindicavam mais agilidade no andamento dos processos, melhorias no atendimento médico e questões relativas às visitas. Já na terça, 24, um grupo de mulheres dos presos participou de uma reunião com o titular da Susipe, André Cunha; o titular da 1º Vara de Execuções Penais de Belém e juiz Corregedor de Presídios, Cláudio Rendeiro, e representantes de núcleos da Susipe no auditório do Fórum Criminal da Capital”, informa André Luiz de Almeida, superintendente do Sistema Penal do Estado.

Durante o encontro, as mulheres dos presos relataram problemas enfrentados durante as visitas às unidades prisionais, entre eles excessos cometidos por agentes, e a demora no andamento de processos. André Cunha se comprometeu em apurar todas as denúncias e informou que a Susipe iniciará uma reforma no local onde são realizadas as visitas íntimas, além da realização de um mutirão de saúde em parceria com a Secretaria de Saúde do Estado (Sespa).

O juiz Claudio Rendeiro também se colocou à disposição do grupo de mulheres para ajudar no que for preciso e assegurou a realização de mutirões carcerários na Região Metropolitana e interior, para agilizar o andamento dos processos de presos provisórios e condenados. Na quarta-feira, 25, pela manhã o magistrado, junto com uma equipe da Susipe, foi até o Centro de Recuperação Penitenciário do Pará III (CRPP III) onde conversou com mais mulheres de detentos e alguns internos sobre as melhorias.

“Em princípio, os presos concordaram em encerrar a paralisação, mas os detentos de algumas unidades não cumpriram o combinado e se amotinaram na noite de quinta-feira, 26. A Polícia Militar, por meio do Comando de Missões Especiais, foi acionada para controlar os tumultos nas unidades prisionais de Santa Isabel (CRPP I e CRPP II) e Marituba (PEM I e PEM III). Já na madrugada desta sexta, a situação foi controlada e durante toda a manhã será realizada uma operação de revista nas unidades, levantamento de danos e recuperação das celas”, relata o superintendente André Luiz.

Marituba

No Complexo Penitenciário de Marituba, internos de duas unidades prisionais também promoveram tumultos na noite desta quinta-feira. Por volta das 22h, mais de 100 internos dos blocos A e B, no Presidio Estadual Metropolitano I (PEM I), deram início ao motim na unidade. Os detentos dos outros quatro blocos e do anexo não se amotinaram. O Batalhão de Choque, que estava no complexo penitenciário de Marituba, precisou intervir. “Nós já tínhamos trancado os detentos na cela e estava tudo certo quando eles decidiram se revoltar e sair das carceragens. Como a Polícia já estava de prontidão na unidade, a ação foi rápida para conter os ânimos”, contou o diretor do PEM I, Alexsandro Baia.

Com uso de bombas de efeito moral e armas não letais os PM`s conseguiram controlar a revolta dos internos e colocá-los nas celas. Alguns detentos tiveram pequenas escoriações, mas foram atendidos pela equipe médica da unidade prisional e passam bem. Alguns cadeados e portas ficaram danificados, mas já foram repostos. O PEM I possui 683 internos.

Já no Presidio Estadual Metropolitano III (PEM III), os detentos se amotinaram por volta da meia noite. Os 383 internos dos seis blocos carcerários depredaram as celas da unidade prisional. Eles colocaram fogo em colchões e tentaram fugir pelo teto. Durante a tentativa, um interno foi atingido no peito por uma bala disparada pelos policiais do Batalhão de Polícia Penitenciário (BPOP), responsáveis pela segurança armada na guarita de todo o Complexo. Ferido, o detento chegou a ser socorrido e levado para o hospital Metropolitano, em Ananindeua, mas não resistiu e morreu.

O Batalhão de Choque entrou na unidade prisional e precisou usar bombas de efeito moral e armas não letais para controlar a situação. Por volta de uma da manhã, os internos se acalmaram. Na manhã desta sexta, uma equipe da Susipe irá ao local para fazer os reparos necessários na penitenciária. “A unidade inteira ficou bastante danificada. Vamos precisar ajeitar os seis blocos. Os reparos devem ser feitos em mais de um dia, por isso vamos contar com o apoio da Polícia para manter a segurança da unidade”, explica o diretor do local, Carlos Roberto Garcia. O PEM III tem a capacidade para custodiar 288 detentos.

“Tivemos que invadir tanto as casas penais de Marituba como a de Santa Izabel para colocar ordem, e para isso usamos um efetivo de mais de 200 policiais. Além disso, estamos reforçando o policiamento nas ruas nesta sexta-feira e durante o final de semana, com o emprego de mais mil homens da área administrativa e também dos nossos cursos de formação para melhorar a segurança e voltar a ordem social. O reforço visa coibir crimes, como os incêndios aos ônibus. Vamos juntos com a Polícia Civil investigar e prender estes criminosos. Isto não passará despercebido pelo sistema de segurança pública”, relata o comandante da Polícia Militar, coronel Roberto Campos, que também acompanhou a ação de ocupação do presídio de Americano.