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Ação de estudantes na Pedreira visa prevenir trabalho infantil

Por Redação - Agência PA (SECOM)
12/06/2015 16h14

Quarenta alunos do ensino regular e da educação profissional da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Salesiana do Trabalho, na avenida Pedro Miranda, no bairro da Pedreira, foram nesta sexta-feira, 12, as ruas para distribuir material impresso educativo a condutores de veículos e pedestres sobre a necessidade de se prevenir o trabalho infantil. A iniciativa integra a campanha do Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil, em 12 de junho, com o tema “Dê Cartão Vermelho ao Trabalho Infantil”, organizada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região (TRT8), em parceria com o Ministério Público do Trabalho (MPT), da Associação dos Magistrados do TRT8 (Amatra) e a Secretaria de Estado de Educação (Seduc).

“Nós somos contra o trabalho infantil, porque como se diz na campanha as crianças e adolescentes devem estudar, estar em uma escola representa o futuro dessas pessoas”, afirmou o diretor da Escola Salesiana do Trabalho, padre Francisco Sadeck, lembrando que em 12 de junho transcorre também o Dia do Sagrado Coração de Jesus.

Na Salesiana do Trabalho cursam o ensino regular (Fundamental 2 e Ensino Médio) e educação profissional 2.100 estudantes. Eles se distribuem em 120 no Programa de Educação Arte e Trabalho; em cursos profissionalizantes – 282 em Auxiliar Administrativo, 28 em Auxiliar de Produção, 13 em Manutenção de Micro; 35 em Elétrica, 68 em Mecânica Diesel, 66 em Mecânica de Autos, 40 em Mecânica Industrial, 80 em Mecânica de Refrigeração e 95 em Mecânica de Moto; 251 em Jovens Aprendizes e 1.273 alunos da Educação Regular (em convênio com a Seduc PA). As ações pedagógicas na escola são acompanhadas pela Coordenação de Educação Profissional da Seduc.

Os meninos e meninas em geral cursam o ensino regular e no contraturno os outros programas da Salesiana do Trabalho, com ênfase na educação profissional. “O programa Jovens Aprendizes viabiliza a inserção dos jovens no mercado formal de trabalho, com carteira assinada, o que é uma forma de se evitar o trabalho infantil como exploração de crianças e adolescentes em diferentes ambientes”, observou a coordenadora do programa, Diene Lima.

“A partir dos 14 anos e até os 18 o jovem somente pode trabalhar na condição de jovem aprendiz, mediante acompanhamento de uma equipe técnica, de acordo com a legislação trabalhista vigente; antes dos 14 anos, se essas pessoas trabalharem é exploração das crianças e adolescentes”, alertou Diene Lima. Ações pedagógicas e profissionalizantes combatem a evasão escolar, principalmente de crianças e jovens de famílias de baixa renda.

Estudos - “Eu já ouvi muitas pessoas adultas dizendo estarem arrependidas de não terem estudado quando crianças ou adolescentes, para buscar uma vida melhor. Eu ouvi isso de uma avó minha”, afirmou o estudante do curso de Elétrica da Salesiana do Trabalho, o maranhense Hélio Reis Nunes, 19 anos, ao lado do colega de curso Josenildo Silva, 21 anos. A professora Gabriele Cardoso, da Seduc, ressaltou que “essa é uma escola que funciona em sistema de ensino integral, o que oferece um horizonte para essas crianças, principalmente para os menores, os pequeninos de famílias muito pobres”, ressaltou.

A coordenadora do programa de cursos profissionalizantes da escola, Simone Souza, informou que a campanha de conscientização pelo Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil, desenvolvida em escala mundial pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), é desenvolvida em dois dias. “Nesta sexta-feira, 12, é feita a panfletagem e blitz, ou seja, a distribuição de panfletos e a ação de magistrados ingressando em coletivos (ônibus) para o corpo a corpo com passageiros, visto que há muitos casos de trabalho infantil em ônibus”, declarou.

Ao público foram repassadas razões pelas quais a criança não deve trabalhar, envolvendo danos físicos e psicológicos, e informando sobre o Disque 100 para denúncias de trabalho infantil. Neste sábado, 13, como parte da campanha, haverá distribuição de panfletos na Praia Grande, em Outeiro. Em muitos casos, o trabalho infantil se camufla em crianças e jovens que são trazidos do interior para Belém para estudar, quando, na verdade, passam a desenvolver trabalho doméstico.

“O trabalho infantil abrange crianças e jovens vendendo produtos nas feiras, nos semáforos e a gente sabe que por trás disso está o assédio, o aliciamento de adultos”, enfatiza Simone Souza. Ela observou que, ao invés de pensar que os filhos pequenos podem ajudar na renda da família, os pais devem atentar que é responsabilidade deles e da sociedade como um todo zelar pelos direitos e bem-estar das crianças e adolescentes”, completou.