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Ação contra hanseníase percorrerá escolas públicas de 112 municípios

Por Redação - Agência PA (SECOM)
12/08/2015 14h48

O governo estadual lançou nesta quarta-feira, 12, a terceira edição da Campanha Nacional de Hanseníase, Geo-helmintíases (ocorrência e proliferação de helmintos - bicho-de-pé, lombrigas, etc) e Tracoma. Agentes comunitários de saúde e equipes do Programa Saúde da Família irão percorrer escolas públicas de 112 municípios paraenses para diagnosticar e tratar hanseníase, tracoma e verminose em alunos de 5 a 14 anos. Em parceria, os profissionais das secretarias municipais de Saúde e de Educação terão o compromisso de identificar alunos com sinais e sintomas da doença. Casos suspeitos serão encaminhados à rede básica de saúde para confirmação e início do tratamento.

Durante o lançamento, a ação das equipes foi conferida na Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental Almerindo Trindade, no bairro na Pedreira, em Belém, e teve a participação de profissionais de referência na saúde e educação da capital e do restante do Estado. Na ocasião, foram distribuídas fichas de autoimagem com desenhos do corpo humano. Os profissionais vão marcar os locais onde há qualquer tipo de mancha na pele. “O trabalho vai permitir diagnosticar outros casos da doença, na família do estudante”, explica Nazaré Falcão, enfermeira da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), órgão destacado pelo Ministério da Saúde para orientar os municípios na execução da campanha.

Para o coordenador do Programa Estadual de Controle da Hanseníase, Luiz Augusto, quando uma criança apresenta sinais de hanseníase, pode ser que alguém do convívio dela também esteja. “Por esta razão, os  profissionais de saúde também vão examinar familiares e outras pessoas do mesmo convívio, pois a hanseníase é curável e não passa para outras pessoas quando a pessoa inicia o tratamento”, explica.

A terceira edição estadual da Campanha Nacional é uma estratégia criada pelo Ministério da Saúde para que as secretarias estaduais de Saúde e de Educação orientem os municípios na execução do serviço. A mobilização voltada para as escolas ganha força no Pará, um dos cincos estados brasileiros - incluindo Mato Grosso, Maranhão, Tocantins, Rondônia e Goiás - com municípios onde há maior prevalência de hanseníase.

Em nota técnica, a Coordenação Estadual do Programa de Controle da Hanseníase justifica que isso aconteceu devido às buscas ativas realizadas pelas edições de 2013 e 2014 da Campanha, que tem identificado casos suspeitos das doenças em estudantes de escolas públicas e em pessoas das comunidades atendidas por elas.

Em 2013, 67 municípios prioritários promoveram a campanha, quando 593.740 alunos foram envolvidos, dos quais 76 descobriram a hanseníase e 473.435 receberam tratamento para verminose. No ano seguinte, a adesão foi de 112 municípios, por meio de uma mobilização lançada em Marabá, sudeste paraense, no mês de agosto, quando participaram 680.472 alunos, dos quais 143 foram identificados com hanseníase e 592.419 tratados com Albendazol.

O coordenador estadual do Programa de Controle da Hanseníase da Sespa explica que a terceira versão da Campanha envolverá desta vez, 116 municípios aderentes e a inovação será a inclusão do tratamento de tracoma em 13 municípios. Por outro lado, os municípios devem manter a busca por sintomáticos dermatológicos na população geral, por meio de mobilização social. As visitas às escolas serão programadas pelas gestões municipais de Saúde e de Educação: em Belém, por exemplo, a campanha é realizada pela Secretaria de Saúde de Belém (Sesma), por meio da Coordenação de Referência Técnica de Tuberculose e Hanseníase, com apoio da Secretaria Municipal de Educação (Semec). “Vamos orientar professores e estudantes sobre as doenças a serem trabalhadas na ação e mobilizar comunidade, por meio, inclusive, de apresentações teatrais sobre os temas”, explica a coordenadora da Referência Técnica em Tuberculose e Hanseníase da Sesma, Emanuele Chaves.

Ação descentralizada

O papel da Sespa é principalmente de assessoria e apoio aos municípios e capacitação de profissionais para atuarem no Programa de Controle da Hanseníase. A partir dessa lógica é que, nos últimos três anos, as campanhas no Pará foram descentralizadas e realizadas pelas secretarias municipais de Saúde, conforme explica Luís Augusto, sob a recomendação de que seja lembrado o Dia Mundial de Luta contra a doença, que acontece sempre no último domingo de janeiro.

Segundo ele, esses lembretes servem para combater a subnotificação, que se reverte em aumento no número de casos registrados – o que para o profissional de saúde do SUS significa mais eficácia na busca por mais pacientes, no diagnóstico preciso e no encaminhamento mais ágil do paciente para tratamento e investigação de possíveis casos no ambiente familiar, estratégia essencial para quebrar a cadeia de transmissão.

Características e tratamento

De acordo com informações do Ministério da Saúde, a hanseníase é uma doença crônica, infectocontagiosa, transmitida por pessoas doentes que não estão em tratamento. A doença tem cura, mas pode causar incapacidades físicas se o diagnóstico for tardio ou se o tratamento não for feito adequadamente.

A transmissão se dá por meio de espirros e tosses, por exemplo, de uma pessoa doente e sem tratamento. O contágio não é possível através de abraços e apertos de mão. Também não é necessário separar roupas, pratos, talheres e copos do infectado em casa. O tratamento é gratuito e inclui um coquetel de antibióticos, podendo durar até um ano e meio.

Os principais sintomas da hanseníase são: manchas avermelhadas, esbranquiçadas ou amarronzadas no corpo com diminuição ou perda de sensibilidade ao calor, tato e à dor; caroços avermelhados às vezes doloridos; sensação de choque com fisgadas ao longo dos braços e pernas; áreas com diminuição de pelos e suor; e o engrossamento do nervo que passa pelo cotovelo levando ao comprometimento gradual da força do quinto dedo da mão.