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Capacitação orienta sobre atendimento correto a crianças e adolescentes vítimas de violência

A iniciativa da Fundação ParáPaz visa fortalecer a rede que trabalha pela garantia de direitos do público infantojuvenil

Por Nathalia Mota (PARAPAZ)
01/07/2022 16h22

A Fundação ParáPaz promoveu, gratuitamente, durante dois dias, capacitação para o fortalecimento do sistema de garantia de direitos de crianças e adolescentes no município de Breves, no Arquipélago do Marajó. O evento contou com a participação de representantes da rede de proteção infantojuvenil, como Ministério Público, Defensoria Pública, Conselho Tutelar e escolas.

Realizado na quarta e quinta-feira (29 e 30 de junho), o encontro teve como principal objetivo o alinhamento do fluxo de atendimento da rede no combate à violência e exploração sexual de crianças e adolescentes, para evitar que as vítimas sofram violência institucional, sendo obrigadas a contar várias vezes, para pessoas diferentes, o fato violento, revivendo angústias e medos, explicou a gerente da Unidade Integrada ParáPaz Polícia Científica, Vânia Tangerino.

A capacitação pretende evitar que as vítimas sofram violência institucional durante o atendimento

"Houve uma ampliação e uma melhoria do atendimento na questão da violência institucional, de evitar a revitimização dentro do fluxo, e os municípios do interior do Estado precisam ser alcançados. O Ministério Público tem estado com a Fundação ParáPaz solicitando a reformulação do fluxo de atendimento, e isso é muito importante, pois melhora de forma significativa o atendimento às crianças e adolescentes", enfatizou a gerente.

Atendimento integrado - A Fundação ParáPaz oferece o acolhimento humanizado e integrado, com a escuta especializada em suas unidades, procedimento previsto na Lei 13.431/2017, que normatiza a entrevista sobre a situação de violência com criança e adolescente perante profissional de qualquer órgão da rede de proteção. O relato tem de se limitar estritamente ao necessário para o cumprimento de sua finalidade.

Ainda segundo Vânia Tangerino, muitas vezes a rede de serviços não tem conhecimento sobre como deve funcionar o atendimento em caso de violência e quem pode fazer esse atendimento, o que gera mais transtornos às crianças, principalmente no ambiente escolar, pois envolve mais pessoas que o necessário.

"Às vezes, a criança chega à escola e conta à professora, que é uma pessoa em quem confia, que está sofrendo violência dentro de casa ou em outro lugar. A professora chama a coordenadora, que chama a diretora, que chama a família. Se a criança conta para a professora é necessário produzir um relatório e acionar a polícia, porque na maioria das vezes a violência acontece dentro do âmbito familiar, e dificilmente a família levará a criança para fazer escuta especializada ou receber qualquer tipo de atendimento, até mesmo um boletim de ocorrência", informou.

O objetivo da Fundação ParáPaz é promover, cada vez mais, capacitações como esta em outros municípios, para esclarecer sobre as formas de atendimento e fluxo, e assim garantir um melhor acompanhamento de cada caso.