Agência Pará
pa.gov.br
Ferramenta de pesquisa
ÁREA DE GOVERNO
TAGS
REGIÕES
CONTEÚDO
PERÍODO
De
A
EDUCAÇÃO PÚBLICA

Alunos da rede estadual conquistam prêmios em evento científico nacional

Os estudos com temas diversos foram analisados por um comitê científico formado por pesquisadores brasileiros e do exterior

Por Vinícius Leal (IDEFLOR-BIO)
28/06/2022 13h49

A participação e destaque de estudantes da rede pública estadual em programações científicas, por todo o país, têm sido cada vez mais frequente. Desta vez, um grupo de alunos da Escola Estadual Dom Pedro II, em Belém, foram finalistas e premiados na Feira Brasileira de Jovens Cientistas (FBJC). O evento promovido de 23 a 26 de junho, busca estimular a produção acadêmica desde cedo e possibilitou o desenvolvimento de uma rede de jovens cientistas brasileiros.

PESQUISAS

O primeiro estudo finalista foi intitulado de “Etnoconhecimento Como Ponto de Ancoragem no Ensino de Ciências da Natureza”, realizado pelas alunas Giuliana Silva Maciel e Laura Letícia Pinheiro Peniche Sá. O trabalho buscou, sobretudo, fazer um levantamento dos saberes botânicos tradicionais, os etnoconhecimentos dos alunos da 3ª série do Ensino Médio da Escola Estadual Dom Pedro II, durante o ano letivo 2021, além de analisar de que forma podem ser empregados como pontos de ancoragem no ensino de ciências. 

Este estudo foi premiado na categoria “Incentivo à Ciência”, pela Associação Brasileira de Incentivo à Ciência (ABRIC), o qual recebeu uma certificação de excelência em pesquisa científica. A pesquisa apontou que os conhecimentos prévios dos discentes sobre o uso das plantas, constituem um importante repertório sociocultural, indispensável à aprendizagem significativa.

O segundo trabalho, denominado de “Percepção Ambiental dos Alunos do 9º ano da Escola Dom Pedro II”, foi produzido pelos estudantes João Gabriel Lima Pinheiro e Adriene Moniky Cordovil Corrêa, com o intuito de conhecer a percepção ambiental da comunidade escolar que está neste período da modalidade de ensino. O estudo abordou a leitura feita pelos interlocutores sobre a temática ambiental, apontando os principais problemas ecossistêmicos locais e globais, reunindo dados considerados essenciais para o direcionamento de ações de Educação Ambiental na escola.

TRAJETÓRIA

Criado a partir do retorno das aulas presenciais, em 2021, o Grupo de Iniciação Científica da Escola Estadual Dom Pedro II é coordenado pela professora doutora, Ivanete Palheta, e tem como principais objetivos, incentivar trabalhos de pesquisa na Educação Básica, dentro da perspectiva da alfabetização e letramento científico, fomentar estudos na região amazônica, mais especificamente no Pará e nas escolas públicas, além de estimular o protagonismo juvenil na produção científica e, principalmente, valorizar a participação de jovens, meninas, mulheres e mulheres negras na ciência. 

Em fevereiro deste ano, a turma promoveu a I Mostra de Iniciação Científica da Escola Dom Pedro II e os dois melhores trabalhos, conforme a avaliação do comitê científico, foram inscritos na FBJC, promovida pelo Instituto Brasileiro de Iniciação Científica. Esses estudos foram aprovados como finalistas para serem apresentados no formato de vídeo-pôster, assim como apresentação oral a um comitê científico formado por pesquisadores de diferentes instituições de pesquisa do Brasil e do exterior. 

“Sem dúvida, enquanto professora-orientadora, me sinto muito feliz e honrada por ver meus orientandos galgando, conhecendo e se engajando no mundo da ciência. É muito gratificante vermos nossos jovens cientistas conquistando seu espaço, produzindo e divulgando conhecimento. Quando nos referimos à discentes das escolas públicas, jovens da Educação Básica, eu diria que a realização é ainda maior”, explicou a professora Ivanete Palheta.

EMPODERAMENTO FEMININO

A coordenadora do projeto disse, ainda, que deu ênfase à participação majoritária de meninas nos grupos de pesquisa e ressaltou a importância de estimular a inserção do público feminino no mundo da ciência. “Precisamos estimular o espírito científico entre nós, mulheres. Nós temos potencial sim para fazermos ciência de qualidade na Amazônia. E, ao recebermos um prêmio de excelência em pesquisa da ABRIC, um órgão de referência, percebemos que estamos no caminho certo”, destacou a professora Ivanete Palheta.

Vale lembrar que a FBJC é a primeira feira científica e pré-universitária nacional, totalmente virtual, que busca enriquecer o aprendizado dos alunos por meio de palestras, workshops e uma maratona de inovação. As equipes concorreram a vários prêmios e credenciais para eventos acadêmicos no Brasil e no exterior. 

Texto em colaboração com Maria Rita Araújo (Ascom / Seduc)