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Técnicos da Adepará inspecionam os bananais no município de Piçarra

O trabalho integra as metas do Programa da Banana, da Gerência de Pragas Quarentenárias, da Agência de Defesa Agropecuária

Por Manuela Oliveira (FAPESPA)
31/05/2022 16h09

Equipe de servidores e fiscais agropecuários da Adepará conversam com produtores, em São Geraldo Fiscais estaduais agropecuários, da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará), Regional de São Geraldo do Araguaia, realizaram inspeção, neste final do mês de maio, em propriedades que têm plantação de bananas no município de Piçarra, no sudeste do paraense.

O trabalho dos fiscais é realizado anualmente e faz parte das metas do Programa da Banana da Gerência de Pragas Quarentenárias da Adepará, para cumprir o Plano Nacional de Prevenção e Vigilância da Fusariose da Bananeira (Fusarium oxysporum f.sp cubense raça 4 tropical - PNPV/Foc R4T), instituído na Instrução Normativa Nº 30, de 5 de Junho de 2020, do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA).

A raça 4 tropical do fungo (Fusarium oxysporum f. sp. cubense), causador do Mal do Panamá, é a doença considerada hoje a principal ameaça aos bananais em todo o mundo. Entre os objetivos do programa está a realização do levantamento de detecção da praga - um fungo habitante do solo que coloniza os vasos do xilema (tecido vivo em plantas vasculares cuja função básica é transportar água com nutrientes das raízes para os caules e folhas ) levando à murcha e culminando com a morte da planta. 

A Adepará faz esse monitoramento em propriedades rurais das regiões que são abrangidas pela atuação da Agência em todo o estado. São inspecionadas propriedades que possuem plantio comercial, doméstico e até mesmo aquelas que estejam abandonadas ou localizadas às margens de rodovias.

De acordo com o fiscal estadual agropecuário , engenheiro agrônomo Fábio Alan, o Pará já foi área livre de pragas nas plantações de banana, mas nos anos 2000 houve o primeiro registro da sigatoka-negra em território paraense, principalmente no oeste e nordeste do estado. Atualmente, o estado não registra ocorrência de Fusariose da Bananeira.

Todos os anos, a Agência faz o levantamento de detecção de pragas nas propriedades, cadastramos os produtores e fazemos essa inspeção. A Regional de São Geraldo do Araguaia abrange os municípios de São Geraldo do Araguaia, Piçarra, Brejo Grande do Araguaia, São Domingos do Araguaia, Palestina e São João do Araguaia. “Nós explicamos para eles, através da educação sanitária, como identificar as doenças e os cuidados na hora de adquirir as mudas, onde eles devem adquirir as mudas, para que sejam adquiridas de locais que tenham registro no Registro Nacional de Sementes e Mudas (RENASEM) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Além do engenheiro agrônomo da Adepará, participaram do levantamento das propriedades e demais ações de inspeção o Agente Estadual Agropecuário Mário Antônio Rocha com apoio de funcionários da prefeitura municipal de Piçarra.

Mal do Panamá 

A raça 1 do fungo foi responsável pela epidemia que causou grande impacto à indústria bananeira de exportação das Américas na metade do século passado, e no Brasil provocou a substituição da variedade “maçã”, muito apreciada pelo consumidor brasileiro, por outras resistentes dos grupos Terra e Cavendish. 

A raça 4 tropical, conhecida como Fusariose da Bananeira, é mais agressiva e se tornou a maior ameaça à bananicultura mundial. Este fungo vem se alastrando nos últimos anos no sudeste asiático até o norte da África. Foi introduzida na Colômbia em 2019 e no Peru em 2020 e a expectativa é que sua dispersão global continue avançando para novas áreas produtoras, incluindo o Brasil. 

“Por causa da importância socioeconômica da bananicultura para o Brasil e os prejuízos potenciais decorrentes da introdução de uma nova praga, o que aumentaria o custo com tratamentos, perdas na produção e a restrição na exportação de banana, é fundamental que o país esteja preparado para a prevenção e a eventual introdução da praga”, alerta Carla Correa, responsável técnica do Programa da Banana da Gerência de Pragas Quarentenárias da Adepará.

Texto de Rosa Cardoso