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CULTURA E LAZER

Orquestra Sinfônica do Theatro das Paz abre série de concertos especiais

Espetáculos serão gratuitos e dedicados ao pianista Nelson Freire, e a primeira apresentação será às 20h, desta quarta-feira (25)

Por Iego Rocha (SECULT)
23/05/2022 14h53

Em homenagem ao pianista Nelson Freire, a Orquestra Sinfônica do Theatro das Paz (OSTP) realizará na próxima quarta-feira (25), às 20h, um dos maiores espetáculos já visto este ano. A série de concertos será entregue ao público no decorrer do ano todo, com participações especiais de convidados. Desta vez, a OSTP receberá o pianista Fernando Calixto. A ação é promovida pelo Governo do Pará, através da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), Theatro da Paz e a Academia Paraense de Música (APM). Os ingressos serão gratuitos e podem ser retirados no dia do concerto, a partir das 9h, no site www.ticketfacil.com.br/ e, às 18h, na bilheteria do Theatro da Paz.

Com a presença de grandes músicos e um vasto repertório de obras consagradas ao piano e orquestra, a OSTP inicia mais um desafio orquestral prol de manter o legado e a memória de um dos maiores pianistas do mundo, Nelson Freire, que faleceu em novembro de 2021. De acordo com Miguel Campos Neto, maestro titular da OSTP, a música é a melhor maneira de honrar e manter viva a história do artista.

A Orquestra Sinfônica conta com 65 músicos que integram a orquestra, mas irá contar com a participação de 25 convidados de fora para oferecer uma experiência única ao público – um aumento de 40%.

Descrição das peças

Serão executadas três peças, cuja escolha do programa começou pelo concerto para piano em que “Concerto para Piano Nº 2 em Dó menor, Op. 18”, de Sergei Rachmaninoff, ganhou a preferência. Para o maestro Miguel, apesar de ser do século XX, a obra não tem sonoridade experimental desse período. “[A música] tem a sonoridade bela do século XIX. É uma espécie de romantismo tardio que acontecia com compositores como Rachmaninoff. É realmente o suprassumo do Pianismo”, descreve o maestro. 

Baseada no virtuosismo de piano, a obra possui sons e harmonias muito luxuosas da orquestra e grandes melodias. É uma obra como valor melódico imenso e promete fazer com que os espectadores saiam do Theatro cantarolando. E para conciliar com um grande concerto para piano, foram escolhidas duas obras que colocassem a OSTP em uma vitrine virtuosística, sendo elas: “Daphnis et Chloé”, de Maurice Ravel, e “Pinheiros de Roma”, de Ottorino Respighi. 

A suíte “Daphnis et Chloé”, de Ravel, trata-se de um balé, no qual Ravel adequou com as três principais partes mais melódicas e mais conhecidas da peça. Derivada do impressionismo musical, cujos maiores expoentes são Maurice Ravel e Claude Debussy, os sons que o compositor produz são muito mais etéreos e dão a impressão que se está em um sonho. O concerto vai contar com duas harpas, um dos instrumentos favoritos do impressionismo pela sua sonoridade etérea.  

O século XIX inventou um gênero chamado Poema Sinfônico, de qual surge “Pinheiros Roma”, de Ottorino Respighi. O poema sinfônico se compromete em descrever algo – seja um poema, um texto, uma pintura ou um acontecimento. É a música programática feita para descrever algo não musical. Respighi, encantado pelos pinheiros que ele via em Roma, descreveu em poema sinfônico os pinheiros de cada parte diferente de Roma. É como se uma árvore que está há tanto tempo naquele lugar tivesse testemunhado as coisas que acontecem ali e como elas são. A obra é uma declaração de amor à cidade de Roma.

As duas peças levarão a Orquestra a mostrar todo o seu potencial e demonstrar que Belém do Pará, assim como o Brasil, está em outra fase da música orquestral, afirma o maestro titular. “Se vamos fazer uma dedicação ao grande pianista que fez tanto pela música brasileira, nós temos que festejar também o aumento de nível da música orquestral brasileira e da música orquestral paraense”, conclui.

Nelson Freire

Nelson Freire foi um dos maiores músicos brasileiros de todos os tempos, fazendo parte dos artistas que atingiram notoriedade mundial. Seu falecimento recente, aos 77 anos, põe fim a um uma carreira de quem muito já fez pela divulgação e pela valorização da música erudita no Brasil. “O nível no qual Nelson Freire atuava mundialmente era salutar não só para ele, mas para a música pianística e para a música brasileira erudita. Essa foi a grandeza de Nelson Freire e por isso ele é totalmente merecedor dessa dedicatória que fazemos”, afirmou Miguel Campos.

Fernando Calixto

Pianista e doutor com excelência em Piano Performance, pelo Conservatório Estatal N.A.Rimsky Korsakov, na Rússia, Fernando Calixto é mestre em piano pela mesma instituição desde 2010, condecorado pelo Conservatório com o diploma vermelho, concedido aos estudantes que têm todas as notas máximas nos exames finais. Formou-se na Classe de Piano de Nadezhda Eysmont, em Música de Câmara, e em Prática de Acompanhamento. Ainda no Conservatório de São Petersburgo, trabalhou como professor assistente de Nadezhda Eysmont entre 2010 e 2013. Atualmente, o músico desenvolve carreira como solista e camerista, apresentando-se por países da América do Sul e Europa.

Fernando Calixto também é conhecido por seu interesse em trabalhos na área pedagógica geral e pianística. É fundador do Instituto Fernando Calixto, um centro que promove ensino musical de alta qualidade em Brasília (DF) e Uberlândia (MG). Além disso, o músico ministra uma Master Classes e prepara pianistas para concertos, exames e concursos, tanto no Brasil quanto no exterior. Integrou o júri de diversos concursos, como do 20º Concurso Internacional para jovens pianistas, em São Petersburgo, Rússia.

Programa

Sergei Rachmaninoff (1873 - 1943)
“Concerto para Piano Nº 2 em Dó menor, Op. 18”
Solista: Fernando Calixto
INTERVALO
Maurice Ravel (1875 – 1937)
Suíte N° 2 “Daphnis et Chloé”
Ottorino Respighi (1879 – 1936)
“Pinheiros de Roma”

SERVIÇO

Série: Concertos dedicados a Nelson Freire 
Data: 25 de maio, às 20h
Local: Theatro da Paz
Ingressos gratuitos: Disponíveis para retirada no dia do concerto, a partir das 9h no site www.ticketfacil.com.br/ e às 18h na bilheteria do Theatro da Paz (2 ingressos por CPF).

Texto de Úrsula Pereira (Ascom Theatro da Paz)