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Santa Casa realiza mais dois transplantes renais pediátricos em meio a campanha

Ato de amor ao próximo e que pode salvar vidas, a doação de órgãos é a única chance de recomeço para muitos que aguardam na fila de espera 

Por Governo do Pará (SECOM)
20/09/2021 15h19

Nesta última quinta-feira (16), Thais, 13 anos, e Thiago, 10 anos, conseguiram o tão sonhado transplante renal, realizado pela equipe multiespecializada da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMP). Somente na última quinzena, quatro transplantes foram realizados na instituição. 

A cirurgia de transplante pelo Sistema Único de Saúde (SUS) significa uma chance de maior sobrevivência a crianças com doenças renais crônicas, propiciando mais qualidade de vida a pacientes muitas vezes castigados por uma rotina de hemodiálise e de restrições. 

De acordo com coordenadora do Programa de Transplante Renal Pediátrico da Santa Casa, a nefrologista Monick Calandrini, apesar de a população pediátrica representar um menor número de pacientes com doença renal crônica em relação à população adulta,  o grupo enfrenta um desafio a mais: além das complicações comuns também aos adultos, crianças manifestam prejuízo  ao desenvolvimento neurológico e emocional. Esses aspectos repercutem muito na inserção social.

A médica destacou a importância de toda a sociedade compreender  o processo de doação de órgãos, porque, assim como Thiago, Thaís, Laira Kayla e Sandro, outras crianças aguardam por um transplante. "O ideal é que a última opção seja o órgão de um doador vivo. É preciso que as pessoas tenham o sentimento da importância de ser um doador de órgãos, e é essencial que isso seja conversado com a família, para que os filhos, pais, irmãos, saibam desse desejo da pessoa e da importância que esse gesto pode ter, significando a vida de alguém que espera por um órgão”, afirma a coordenadora do serviço de nefrologia pediátrica.

Devido as medidas de prevenção à contaminação pelo novo coronavírus, os transplantes eletivos (que não são urgentes) foram suspensos na maioria dos estados, e na Santa Casa não foi diferente. Após realizar todas as tratativas necessárias, capacitar a equipe multiprofissional, redefinir os fluxos de atendimento e estruturar o que era preciso para garantir a segurança de seus usuários, a instituição retornou com o programa de transplante renal pediátrico no final de julho de 2021. 

De acordo com o presidente da Fundação Santa Casa do Pará, Bruno Carmona, há uma grande expectativa para este retorno das atividades na instituição, que atualmente é centro de referência no tratamento de doenças renais em crianças e adolescentes.   

“O programa de transplante renal pediátrico tende a ser um sucesso. Não é atoa que em uma semana, a gente consegue observar quatro pacientes agraciados com transplante, que vai melhorar a sua qualidade de vida. Os resultados iniciais desses quatro eventos estão muito satisfatórios e vamos torcer para continuar tudo bem. Agradeço a parceira da SESPA e apoio incondicional do nosso governador Helder Barbalho.”  destaca o gestor. 

O caso de Thiago

Diagnosticado com síndrome nefrótica de glomerulosclerose segmentar focal (gesf), Thiago Henrike Silva, 10 , é acompanhado pela Santa Casa há mais de quatro anos,  com sessões de hemodiálise pelo menos três vezes na semana.

Thiago e a mãe JacyanneA mãe, Jaycianne Mendes, 27, moradora do bairro da Pratinha, em Belém, diz que  o transplante vai possibilitar uma mudança real na qualidade de vida do garoto, permitindo que ele beba água normalmente, volte a estudar e recupere o ânimo de uma criança ativa. 

“Há dois anos e sete meses esperávamos o transplante do Thiago. Graças à Santa Casa, hoje é um sonho realizado”,  elucida a mãe.

O caso de Thaís

Natural de Soure, município na Ilha do Marajó,  Thais Craveiro, 13, apresenta problemas renais desde os seis anos de idade. Mediante o acompanhamento da  equipe multiprofissional da Unidade de Terapia Renal Substitutiva Pediátrica da Santa Casa e sessões de hemodiálise pelo menos três vezes na semana, a menina e sua família tiveram que se mudar para a capital paraense.

Com  o transplante,  a filha única de Lucicleia da Silva, 27,  vai poder ser uma adolescente "comum" e dar continuidade às aulas na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Lauro Sodré, onde cursa o 6º ano. 

Thaís e técnica de enfermagem da nefrologia pediátrica“Para mim foi uma alegria muito grande ver a minha filha transplantada e bem, sabendo que ela terá uma nova vida daqui para a frente. Sou eternamente grata à equipe da Santa Casa”, afirma.

Campanha

Dizer “sim” após a perda de um ente querido pode ser doloroso, mas também pode mudar a vida de milhares de pessoas que esperam por um transplante. A campanha Setembro Verde, realizada ao longo do mês, tem o intuito de sensibilizar a população para a doação de órgãos e tecidos. Para ser um potencial doador, não é necessário deixar algo por escrito. Porém, é fundamental comunicar à família o desejo de doação.

A pequena paciente Thais junto com com a mãe.Tomadas pela esperança de garantir uma maior qualidade de vida aos seus filhos, mães e familiares dos pacientes renais pediátricos da Santa Casa iniciaram uma ação em suas redes sociais no começo do mês setembro, dando voz e rosto à  campanha de doação de órgãos.

A necessidade de hemodiálise e a espera pelo transplante renal exercem profundo impacto na vida de crianças e adolescentes com insuficiência renal crônica e de suas mães, que assumem predominantemente os cuidados relacionados ao tratamento.

Jaycianne, mãe do Thiago, conta que a atitude de pessoas corajosas  salvou a vida do seu filho. Foram pessoas que sentiram empatia, mesmo em uma fase de luto. 

“Antes o choro era de tristeza e hoje choramos de alegria. A cirurgia do Thiago dá esperança a outras mãezinhas que passam por esta situação e rezam para que seus filhos consigam sair da máquina de hemodiálise", relata com emoção a dona-de-casa.

Serviço: A Santa Casa é Centro de Referência estadual para tratar doenças renais em crianças e adolescentes. Desde 2019, é credenciada pelo Ministério da Saúde (MS) para a realização de transplantes renais pediátricos, oferecendo  atendimento ainda mais integrado ao Serviço de Terapia Renal Substitutiva Pediátrica,. O Serviço já dá suporte a cerca de 30 crianças que, em tratamento com hemodiálise, estão na fila de espera.

A unidade conta com uma equipe multiespecializada em nefrologia e hemodiálise pediátricas, estrutura ambulatorial, enfermarias e atendimento multiprofissional. 

De acordo com o Centro Estadual de Transplantes,  27  pacientes, entre crianças e adolescentes até 17 anos, estão na fila de espera de transplante de rim no Pará atualmente.

Texto: Rafaela Soeiro (Ascom/Santa Casa)