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Cuidados com o outro marcam a trajetória de profissionais de Enfermagem

No Dia Internacional da Enfermagem (12), o governo estadual destaca o protagonismo dos profissionais na linha de frente do combate à Covid-19

Por Dayane Baía (ARCON)
12/05/2021 13h35

Professora de Enfermagem, Maridalva Leite: "Curso dura 5 anos, após, o aluno procura uma pós-graduação na área em que se identifica”.Depois da pandemia, o Dia Internacional da Enfermagem, celebrado nesta quarta-feira (12), alcança uma importância maior ainda com o protagonismo dos profissionais da linha de frente do combate à Covid-19. A data é uma referência à trajetória da inglesa Florence Nightingale, ícone da profissão ao utilizar uma lamparina nas rondas noturnas para auxiliar soldados feridos na Guerra da Crimeia, no século XIX.

A atitude de cuidar do outro assinala o ofício desde a formação. O curso de Enfermagem da Universidade do Estado do Pará (Uepa) tem 76 anos em atividade, a graduação mais antiga da instituição e pioneira na região norte, que já formou profissionais em Belém, Santarém, Tucuruí e Conceição do Araguaia.

Professora da disciplina História da Enfermagem, Maridalva Leite, pontua que em mais de sete décadas as mudanças acompanharam as diretrizes da educação. “O curso tinha duração de 36 meses, em regime de internato, as alunas moravam na instituição. Depois passou a ser misto e hoje tem a duração de cinco anos. Após esse período, o estudante procura uma pós-graduação na área em que se identifica mais”, aponta a docente.

A história da profissão na Uepa está presente no Museu da Enfermagem que abriga mais de 50 peças catalogadas por professores e coordenadores, como foram de guardar parte da memória do curso. São fotografias, banners, vidrarias, seringas, livros antigos, mesa usada nas formaturas e os primeiros bonecos protótipos de massagem cardíaca, entre outros. “Temos uma incubadora de recém-nascidos bem antiga que está com a Uepa há uns seis anos”, acrescenta Maridalva. Além de apoiar as aulas, o local ficava aberto à visitação do público antes da pandemia. 

Curso de Enfermagem da Uepa tem 76 anos de atividades, é a graduação mais antiga da instituição e pioneira na região Norte Arte do Cuidar - A Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMP) é uma das instituições que absorve a mão de obra formada. Eliana Moura é a profissional mais antiga da unidade em atuação na maternidade. Foi admitida em 12 de dezembro de 1984 e também atua como professora de obstetrícia após complementar o currículo com pós-graduações, inclusive nos níveis de mestrado e doutorado. 

“Enfermeiro me remete a sentimentos, a partilha, empatia e a arte do cuidar. Eu digo que é uma profissão de doação, você se torna um profissional, obedece critérios para depois fazer uma travessia. Você se depara com os melhores sentimentos de amor, alegria. Eu trabalho na área de obstetrícia, com nascimento, o sentimento se revela quando vê a felicidade do outro. Você chega em casa com a sensação de dever cumprido e ter feito tudo pelos pacientes”, comentou Eliana.

Livia Maria Fernandes é enfermeira neonatologista e foi efetivada na Santa Casa em 2008, último concurso realizado. “A Enfermagem é uma profissão muito bonita centrada na arte de cuidar, não só no aspecto biológico, como no social, motor, físico. Abrange todo o cuidado do paciente de uma forma humanizada. Quem se sensibiliza nesses cuidados, promove esse tratamento se identifica com a profissão. Amo muito e agradeço a Deus por essa missão”, disse Livia.

Linha de frente – A pandemia de Covid-19 destacou ainda mais o valor desses profissionais que atuam diretamente no cuidado de pacientes em quadros diversos com um vírus altamente contagioso. 

No Hospital de Campanha do Hangar, em Belém, erguido para atendimento exclusivo ao perfil, sentimentos como a persistência no cumprimento das funções a pacientes extremamente fragilizados, o cansaço, as perdas sucessivas, se somam à alegria pelas pequenas vitórias que vêm, como o agradecimento diário de pacientes e familiares em um mural ali existente, o carinho aos doentes durante o atendimento humanizado e até a grande vitória com celebração de alta daqueles que superaram o coronavírus e puderam voltar para casa.  

Wanessa do Nascimento compartilha a experiência na Unidade. “Tenho um respeito profundo por exercer a minha missão aqui no Hospital de Campanha do Hangar. É assim que eu vejo meu trabalho, como uma missão. Ajudar pessoas é um ato de amor e eu sei que os pacientes internados na unidade por conta dessa doença que, em muitas vezes é injusta, reforça essa rede de auxílio, amor e empatia. Eu amo a minha profissão”, diz a enfermeira.

O sentimento é compartilhado por Anália Gesta, outra profissional da área. “Estar na linha de frente nesse momento de pandemia é um desafio, claro, mas tenho certeza que conseguiremos vencer porque o propósito de todos que trabalham aqui é recuperar vidas e auxiliar esses pacientes que também sofrem longe dos seus familiares. No Dia da Enfermagem, estar aqui é uma demonstração de felicidade por estar ao lado de amigos que a profissão me proporcionou, além de levar os pacientes no coração”, revela Anália Gesta, enfermeira do Hospital de Campanha do Hangar.