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Maio Amarelo inicia com debate de estratégias para um trânsito mais seguro no Pará

Departamento de Trânsito do Pará (Detran) promoveu um encontro virtual nesta segunda-feira (03) sobre o papel de todos para um trânsito humanizado

Por Eduardo Vilaça (DETRAN)
03/05/2021 14h06

Campanha Maio Amarelo foi trabalhada junto a servidores do Detran nesta segunda-feira (03) pela equipe de Educação do órgãoEm 11 de maio de 2011, a Organização das Nações Unidas (ONU) decretou a Década de Ação para Segurança no Trânsito, tornando o mês de maio uma referência mundial para balanço das ações que o mundo inteiro realiza. E o Movimento Maio Amarelo é exatamente isso, uma ação coordenada entre o poder público e a sociedade civil para chamar a atenção de todos para o alto índice de mortes e feridos no trânsito, discutindo estratégias, propondo soluções e tirando as ideias do papel. Em 2021, o tema da campanha promove uma reflexão sobre atitudes que têm faltado nos últimos tempos em diversos ambientes de convivência: o respeito e a responsabilidade.

Neste contexto, o Departamento de Trânsito do Estado do Pará (Detran) começou a sua programação com um encontro virtual para colocar em pauta o tema da segurança viária, debatendo sobre o que está sendo feito e como estimular cada vez mais a participação da população, empresas, governos e entidades para a construção de um trânsito mais seguro e humanizado.

Na manhã desta segunda-feira (3), autoridades de trânsito de todo o Estado e parceiros do Detran, em ações educativas, participaram do encontro, que teve início com o diretor-geral do Detran, Marcelo Guedes, comentando sobre o papel do órgão para o cumprimento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) voltados à segurança no trânsito, que incluem a meta estipulada pelas Organizações das Nações Unidas (ONU) de redução de pelo menos 50% de fatalidades e acidentes graves no trânsito até 2030.

"Há dois anos decidimos traçar os rumos da nossa gestão focados 100% nesta meta de redução de acidentes, trabalhando em cima dos principais fatores de risco nas vias, como excesso de velocidade, uso de celular enquanto se dirige, não uso do cinto de segurança, alcoolemia e o não uso de capacete. E como fazer isso? Com projetos consistentes e duradouros, de educação e fiscalização", enfatizou o diretor-geral do Detran.

Ele falou, ainda, sobre o novo sistema de videomonitoramento que está sendo implantado pelo órgão, além de ações da Escola Pública de Trânsito, como a formação de agentes multiplicadores, e o projeto do Detran aprovado pela ONU, o "Fortalecimento da fiscalização do tráfego rodoviário no Brasil".

"Não é um trabalho que dá frutos do dia para a noite, mas tenho certeza que a próxima geração vai herdar um trânsito mais humano e seguro", concluiu o direto-geral, Marcelo Guedes.

A secretária de Cultura do Pará (Secult), Úrsula Vidal, relacionou o trânsito à questão da cidadania, ressaltando que os maus hábitos no trânsito advêm de uma crise civilizatória, em que o trânsito não é visto como espaço coletivo, mas sim com o estabelecimento de uma cultura da individualidade.

"Como tocamos o coração de uma pessoa para fazermos um trânsito mais seguro? "As regras de trânsito são consolidadas, o condutor sabe que não pode beber e dirigir, sabe que não pode exceder o limite de velocidade, que não pode falar ao celular enquanto dirige. Mas ele faz. E as multas são altas. Mesmo assim, esse processo de controle e fiscalização não tem funcionado. Então, é preciso tocar o coração, tocar no afetivo. As campanhas têm que provocar o sentimento de responsabilidade em relação ao meu afeto, meu pai, meu filho, meu companheiro. Você está colocando a vida deles em risco quando não segue as regras", destacou a titular da Secult.

Como solução, a secretária Úrsula Vidal propôs um trabalho mais voltado para as particularidades de cada local, em uma dinâmica que as pessoas se reconheçam como partes integrantes do trânsito, fazendo uso de arte-educadores, por exemplo. "É preciso mapear o território, saber o que funciona, como aquela comunidade se reconhece, se identifica, com uma linguagem que ela entenda, para que a própria população seja um replicador desse conteúdo", comentou.

Úrsula Vidal deu exemplos práticos sobre um trabalho de sensibilização em bairros de Belém, a partir das peculiaridades desses espaços, como a Pedreira e suas escolas de samba, a Terra Firme e o movimento Hip Hop, além de outros municípios. Para ela, é preciso fazer uma leitura correta dos locais em busca da efetividade das ações.

O diretor-geral do Detran, Marcelo Guedes, concordou com a secretária e recomendou de imediato à Coordenadoria de Educação do órgão para que desenvolva estratégias seguindo o raciocínio da titular da Secult, nas abordagens feitas no interior e também planeje as ações levando em consideração os fatores territoriais e culturais.

A questão da territorialidade também foi pontuada pelo diretor técnico-operacional do Detran, Bento Gouveia. Ele ressaltou a parceria com os municípios paraenses como fundamental para a garantia da segurança viária. "Temos conversado com os prefeitos, ido aos municípios e oferecido essa parceria para campanhas educativas, sinalização e qualificação dos profissionais, inclusive fazendo o mapeamento dos principais meios de transporte, se é bicicleta, motocicleta, carro, para trabalharmos de forma direcionada''.

''O momento para a municipalização, portanto, é propício. O Detran deu um passo adiante, levando benefícios aos municípios, projetos e materiais. Mas a contrapartida é necessária, com o município assumindo sua parte na fiscalização, para que juntos possamos tornar o trânsito mais seguro", disse Bento Gouveia, destacando a implantação do Centro de Controle de Operações do órgão, que auxiliará no monitoramento das estradas do Pará.

Após novas intervenções, desta vez de representantes de entidades como o Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV) e Associação Paraense de Motociclistas (Aspamotos), também destacaram a mobilização da sociedade e do poder público para a causa e a parceria entre governo e municípios.

O Movimento Maio Amarelo 2021 foi, então, declarado oficialmente aberto, com a previsão de uma grande campanha de conscientização, envolvendo palestras, mesas-redondas, distribuição de material educativo a usuários no órgão, empresas credenciadas, parceiros e prestadoras de serviço, além do trabalho nas vias e campanhas educativas em diversos meios de comunicação. A meta é trazer a compreensão de que o trânsito é espaço de convivência e relações interpessoais, de relações humanas, com o respeito ao outro sendo fundamental para a segurança de todos.

CONSCIENTIZAÇÃO

A campanha foi reforçada pela manhã junto aos servidores do Detran. A equipe de educação, conduzida pela gerente de integração educacional, Celina Koury, e pelo gerente de projetos pedagógicos, Ricardo Domont, percorreu os diversos setores do órgão, divulgando o tema e os objetivos do Maio Amarelo deste ano. Cada servidor recebeu um cartaz e um laço amarelo, simbolizando o movimento pela vida no trânsito. “O objetivo é realizar essa integração com as equipes que estão no dia a dia do Departamento, conversar com os servidores para que eles conheçam a campanha e se tornem multiplicadores da educação de trânsito”, explica Celina.

A ação foi bem recebida, os servidores destacaram a importância da integração para que o bom exemplo comece internamente. “Essa iniciativa mostra o interesse que estamos tendo em conscientizar primeiro os servidores da casa para, então, estender aos usuários”, comentou o coordenador de operações do Detran, Ivan Feitosa.

A servidora Carolina Sampaio, da Diretoria de Habilitação de Condutores e Registro de Veículos (DHCRV), fez questão de receber o material e destacar a importância da ação. “Lidamos diariamente com o condutor e sabemos que a educação é o pilar principal para convencer, ensinar e fazer com que o trânsito seja mais seguro”, destacou.