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JUSTIÇA E DIREITOS HUMANOS

Sejudh e Polícia Civil alinham atuação em crimes contra povos de terreiro

Por Gerlando Klinger (SEJU)
25/01/2021 14h34

Na manhã desta segunda-feira (25), a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos e a Polícia Civil do Pará promoveram uma reunião com representantes de religiões de matrizes africanas, a fim de discutir as investigações sobre crimes contra povos de terreiro. O encontro, que ocorreu na sede da Delegacia de Combate aos Crimes Discriminatórios e Homofóbicos, contou com a presença de representantes de povos de comunidades tradicionais, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) – Seção Pará e da Prefeitura Municipal de Belém.

A reunião foi motivada depois que o Ilê Abassá de Orixá Iansã, no distrito de Outeiro, foi depredado no último 6 de janeiro. Depois da morte da zeladora, Mãe Marly, imagens de santos e assentamentos foram quebrados e os moradores foram despejados, por um advogado que afirmou ser fiel depositário dos bens da zeladora.

A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos acompanha, desde o início, os desdobramentos do caso de depredação à casa de Mina e Candomblé, no Outeiro. A Gerência de Promoção da Igualdade Racial segue de perto a situação. 

A Delegada Leilane Reis, responsável pela DCCDH, informou que a Polícia Civil está à disposição para garantir a resolução da situação. “Vamos fornecer a devida atenção e colher os depoimentos das pessoas para apurarmos os fatos”, afirmou.

Representando o titular da Sejudh, Claudilene Maia informou que a Sejudh atua com diversos atores no caso. “O Gabinete da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos e a própria Gerência de Promoção da Igualdade Racial estão atentos às demandas das religiões de matrizes africanas e ajudará no que for preciso para resolver o problema”, colocou. 

A Diretora de Cidadania e Direitos Humanos, Verena Arruda, ressaltou que o estreitamento dos laços entre as duas instituições reforça a importância do diálogo inter-religioso entre os órgãos de Governo. “Nosso objetivo enquanto Estado é o de garantir não repressão, mas a de auxílio aos povos das religiões de matrizes africanas”, afirmou. 

Para Pai Denilson de Oxaguiãn, coordenador do Movimento Atitude Afro Pará, “existe uma séria necessidade de empoderamento do Povo de Axé em Belém, no momento das violações o Movimento Social acaba atuando de forma incisiva com a articulação emergencial das instâncias como Governo, Órgãos, Coordenações, Gerências, OAB, judiciário, polícia, além da necessidade da criação de instrumentos que garantam o combate à intolerância religiosa dentro da política de direitos humanos, que é de caráter urgente e emergencial, só assim os casos poderão ter resolutividade”, afirmou.