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Terapia Ocupacional do HOL produz órteses para pacientes em terapia intensiva

Itens são utilizados para manter uma estrutura anatômica mais saudável aos enfermos

Por Leila Cruz (HOL)
12/01/2021 11h41

Há quatro meses, o filho do comerciante Edmilson Martins, 57 anos, está internado devido à Síndrome de Guillain-Barré no Ophir Loyola. A doença neurológica autoimune faz com que o sistema imunológico do paciente passe a atacar os nervos que fazem parte do sistema nervoso periférico, causando severos sintomas, como falta de reflexos e forte fraqueza muscular. O rapaz de 28 anos é um dos pacientes em tratamento intensivo que recebeu uma órtese de plástico PVC, de baixo custo, confeccionada pela equipe de Terapia Ocupacional do hospital, para que mantenha uma estrutura anatômica mais saudável.

“Existe todo um cuidado com o paciente. Quando meu filho chegou aqui, estava muito debilitado e precisou ser entubado. Ele está evoluindo bem e, apesar da dificuldade em falar por conta da traqueostomia, aos poucos volta a se comunicar. Hoje sei que cada profissional desempenha com atenção o seu papel, com o objetivo de promover a saúde daqueles que aqui estão, como os terapeutas ocupacionais que são dedicados a preservar e ajudar na evolução dos movimentos dos pacientes”, relata Edmilson.

Órtese de PVCAs órteses são dispositivos usados para suprir e corrigir alterações morfológicas de um órgão ou tecido quando há uma deficiência funcional ocasionada por acidentes ou problemas de saúde. Os modelos desenvolvidos pela equipe de Terapia Ocupacional do HOL substituem os modelos industrializados e são personalizados conforme a necessidade de cada enfermo.

“Os tipos mais usados de órteses são para os membros superiores e inferiores, principalmente para o posicionamento dos pés, sempre avaliando a angulação dos movimentos”, explica a coordenadora da Terapia Ocupacional, Márcia Nunes.

Segundo ela, as órteses fabricadas no Ophir Loyola são moldadas diretamente sobre o membro do paciente. “Produzimos para o número, peso e altura de cada um, o que proporciona um maior conforto, pois aquelas vendidas prontas têm apenas o tamanho P, M e G, o que não é adequado", ressalta.

Terapeuta ocupacional do HOL, Grace kelly CabralEm média, são necessárias cerca de quatro a seis horas para ficarem prontas. O trabalho minucioso e artesanal é desenvolvido pelas mãos hábeis da terapeuta ocupacional Grace Kelly Cabral, utilizando a técnica criada pelo professor Jorge Lopes Rodrigues, do Laboratório de Tecnologia Assistiva da Uepa. Ela explica que “algumas vezes, podem ocorrer deformidades e contraturas ocasionadas pelo músculo, que faz a contração de maneira incorreta e não retorna ao seu estado normal de relaxamento, por isso as órteses são essenciais para auxiliar na recuperação da anatomia e mobilidade".

“Primeiro avaliamos e tiramos o molde, depois desenhamos e, após o desenho pronto, passamos para a placa de PVC já aberta. Usamos o soprador térmico para aquecer, recortar e moldar o material e o revestimento é feito com borracha de EVA para dar mais conforto. Então, o paciente experimenta e verificamos possíveis ajustes necessários”, detalha.

Os enfermos que estão no Clínica de Terapia Intensiva são os que mais utilizam a órtese, pois são casos de longa permanência e que apresentam algum tipo de deformidade. A enfermeira Rosi Oliveira vive o dia a dia com os pacientes e reconhece que os terapeutas ocupacionais são fundamentais para qualidade de vida. “Esses profissionais se preocupam com a parte motora dos enfermos; geralmente, os pacientes ficam com déficit nos músculos, então precisam desse acompanhamento adequado para evitar que tenham algum tipo de alteração musculoesquelética”, declara.

*Com informações de Viviane Nogueira.