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No Pará, quase 1.500 custodiados estão se preparando para o Enem PPL

A Seap contribui para essa preparação com aulas ministradas por internos com graduação em nível superior e policiais penais

Por Vanessa Van Rooijen (SEAP)
18/12/2020 19h59

As provas do Exame Nacional do Ensino Médio para adultos privados de liberdade e jovens que cumprem medida socioeducativa que inclui privação de liberdade (Enem PPL) estão previstas para serem realizadas nas unidades penitenciárias do Pará nos dias 23 e 24 de fevereiro de 2021. Entre os cursos superiores, os mais procurados são Direito, Engenharia e Ciências Contábeis.

Cerca de 1.500 custodiados estão se preparando para o Enem PPL 2020, que, devido à pandemia de Covid-19, foi transferido em 2021. Em decorrência da crise mundial de saúde, além do distanciamento dentro das salas, serão oferecidos álcool em gel, máscaras e pias com água e sabão para os custodiados lavarem as mãos antes do início das provas.Os internos assistem às aulas preparatórias para as provas do Enem

Segundo a pedagoga Patrícia Sales, coordenadora de Educação Prisional, em 2020 foi feito um planejamento de aulas pré-Enem para as unidades penais. Porém, com a pandemia não foi possível colocar em prática esse reforço para os candidatos.

Os internos receberam aulas remotas por meio da plataforma “Belém Pará”, enquanto algumas casas penais oferecem aulas preparatórias ministradas por internos com graduação em nível superior e policiais penais. De acordo com a coordenadora, mesmo com o obstáculo da pandemia, o interesse dos internos em alcançar o nível superior é contínuo. “Além de gostarem das aulas, para eles este é o rumo certo para que tenham um futuro melhor na sociedade”, informou a coordenadora.

Transformação - Segundo Patrícia Sales, é perceptível como a educação transforma a vida de pessoas privadas de liberdade, começando pelo comportamento dentro do sistema penal. Ela ressaltou que, pelo incentivo à educação, os internos percebem oportunidades para o futuro fora do sistema penal. “Através da educação, eles conseguem se enxergar como cidadãos e não como pessoas excluídas da sociedade”, acrescentou.

Belchior Machado, diretor de Reinserção Social da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), disse que o sistema penitenciário paraense, antes visto como caótico, hoje está organizado e atua para que pessoas custodiadas tenham oportunidade de reintegração social, sobretudo por meio da educação. “Temos certeza que as pessoas privadas de liberdade, ao estudarem e realizarem exames como o Enem, almejam um futuro longe da criminalidade, com a possibilidade de cursar um ensino superior, em busca de uma profissão”, afirmou o diretor.