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Centro de Inclusão ajuda a recolocar no mercado mais de 200 pessoas com deficiência

O trabalho do CIIC em facilitar o acesso às vagas de trabalho obteve êxito mesmo em um ano marcado pela pandemia de Covid-19

Por Dayane Baía (ARCON)
10/12/2020 20h20

O Centro também oferece capacitação, por meio de vários projetos, para ampliar o acesso ao mercado de trabalhoO Centro Integrado de Inclusão e Cidadania (CIIC), gerenciado pela Secretaria de Estado de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster), intermediou 205 recolocações profissionais de pessoas com deficiência (PCD), entre janeiro e novembro de 2020. Mesmo no cenário de pandemia de Covid-19, em todos os meses do ano houve registro de admissões. A atuação do CIIC é fundamental para abrir novos horizontes para um segmento social que já enfrenta inúmeras dificuldades no dia a dia.

A vida de Nelielem dos Santos Rodrigues, 24 anos, mudou completamente quando ela percebeu que a dificuldade de executar determinadas tarefas era devido à deficiência visual de nascença, até então desconhecida. “Eu não sabia que era PCD. Mesmo de óculos, não consigo enxergar muito bem. Achava que eu não era capaz, com autoestima baixa porque não conseguia aprender. Agora já sei o que tenho, é a minha característica”, contou Nelielem.Com apoio do CIIC, Nelielem dos Santos Rodrigues recuperou a autoestima e conseguiu uma vaga como recepcionista

A deficiência visual fez com que ela permanecesse fora do mercado de trabalho por quase um ano. De posse do laudo de visão monocular e baixa visão, Nelielem retirou a carteira de identificação PCD e se candidatou a uma das vagas reservadas por lei, dentro do percentual de 5% determinado pela legislação.

Há cinco meses, ela conseguiu o emprego de recepcionista em um laboratório. “Eu fui ao Sine (Sistema Nacional de Emprego), onde fui encaminhada para assistente social. De primeiro, não tinha vaga no meu perfil, mas depois apareceu essa e fiquei interessada. Fui participar do processo de seleção, passei e estou lá até hoje”, relatou.

Ela ampliou a formação profissional com cursos na área de Recursos Humanos, de recepcionista, operadora de caixa e informática avançada. “Foi muito libertador. Tem muitas pessoas que têm direito e não sabem, e sentem dificuldade. O mercado de trabalho requer preparação e nós, PCD, temos algumas dificuldades, mas podemos ser qualificados também”, garantiu Nelielem.

Mercado de trabalho - O cenário de pandemia foi um desafio a mais para esse segmento social. Coordenador do CIIC, Felipe Bordalo informa que, em 2019, as contratações chegaram a 320 por intermédio do Centro. Neste ano, entre janeiro e novembro, o número já chegou a 205. “É um número relevante, considerando a pandemia. Tivemos intermediações em todos os meses”, ressaltou o coordenador.O coordenador Felipe Bordalo destaca o trabalho do Centro entre as prioridades do Estado

Entre os perfis com maior índice de admissões estão pessoas com deficiência física (56%), seguidas por auditiva (23%) e visual (17%). O setor de serviços é o que mais absorve essa mão de obra, com cerca de 50% das contratações. Em segundo lugar vem o comércio (21%), seguido pela construção civil (13%).

Cerca de 70% das posições foram ocupadas por profissionais do sexo masculino e 30%, do feminino. Segundo o coordenador, algumas empresas ainda preferem contratar homens para as vagas de empacotador e auxiliar de limpeza, por exemplo. “Entretanto, o número de mulheres em ocupação é salutar. Vem aumentando pela questão socioeconômica do país”, acrescentou.

Entre os desafios desse mercado está a conciliação entre as aptidões e necessidades do profissional com as da empresa, exigindo preparação de ambas as partes. “Há perfis em que a vaga já estabelece qual a deficiência. É preciso ampliar. É muito difícil, por exemplo, a intermediação de pessoas do Transtorno do Espectro Autista, porque a própria empresa ainda não sabe lidar”, disse Felipe Bordalo.

Prioridade - Esse trabalho de articulação e diálogo é uma das prioridades do Governo do Pará, por meio do CIIC. Desde 2019, o órgão realiza oficinas de Língua Brasileira de Sinais (Libras) para ouvintes das empresas, facilitando a ambientação de profissionais surdos. “Para 2021, nossa intenção é estruturá-las melhor e ofertar no 1º e no 2º semestres, considerando o comportamento da pandemia. Realizamos também rodadas de conversa com as entidades do Estado, empresas e também o Ministério Público do Trabalho sobre o tema. Além disso, há o balcão de empregos com a participação das empresas, fazendo as seleções, e o Projeto Guarda-Roupa Solidário, com a doação de roupas para a apresentação pessoal, dicas de preparação de currículo, pois muitos usuários são de extrema vulnerabilidade”, detalhou o coordenador.

Ainda para o próximo ano, o Centro planeja a aquisição de equipamentos para ações de inclusão digital. “É um caminho longo a percorrer, mas o nosso papel, enquanto Estado, é articular essa relação com as empresas, mostrando que é importante ter PCD no seu quadro de funcionários, e é preciso ampliar para as outras deficiências”, reiterou Felipe Bordalo.As oficinas de Libras para ouvintes das empresas contribuem para a ambientação de profissionais surdos

O posto do Sine no CIIC mantém atendimento voltado exclusivamente para pessoas com deficiência, devido a sua facilidade de acesso e aos servidores aptos a recepcionar a pessoa com deficiência, respeitando suas particularidades.

Serviço: O Centro Integrado de Inclusão e Cidadania fica na Avenida Almirante Barroso, 1765, bairro do Marco, em Belém. Mais informações estão disponíveis pelo telefone (91) 3276-6161 e e-mail ciic.seas.pa@gmail.com