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OUTUBRO ROSA

Ophir Loyola alerta para a importância do diagnóstico precoce

Campanha chama a atenção da mulher sobre a importância do autoexame nas mamas e dos exames periódicos para detectar o câncer de mama

Por Lívia Soares (HOL)
14/10/2020 11h47

Câncer de mama: quando diagnosticado em fase inicial, as possibilidades de sucesso no tratamento aumentam

O mês de outubro é dedicado a orientação sobre temas que envolvem a saúde da mulher, principalmente o câncer de mama, por meio do movimento internacional chamado Outubro Rosa. A campanha alerta sobre a importância da prevenção com hábitos saudáveis e do diagnóstico precoce desse tipo de tumor maligno, que apresenta várias manifestações clínicas e morfológicas e diferentes respostas ao tratamento.

Entre as mulheres no Brasil e no mundo, o câncer de mama é o tipo mais comum, sem considerar os casos de câncer de pele não melanoma. A doença pode ser detectada em estágios iniciais e, na maioria das vezes, é descoberta pela própria mulher ao notar algo estranho no seio.

A estimativa para este ano é de 66.280 novos casos no país, dos quais 780 casos devem ocorrer no Pará, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Em Belém, no Hospital Ophir Loyola, referência na região Norte no tratamento oncológico, 896 mulheres estão em tratamento contra a neoplasia maligna de mama. Em 2020, no período de janeiro a setembro, foram registrados 348 novos casos no hospital.

Franciane Rocha, mastologista do Hospital Ophir Loyola

Entenda - O câncer de mama é caracterizado pelo crescimento desordenado das células do tecido mamário e desta forma surgem as células anormais que se multiplicam, formando um tumor. Possui órgãos preferenciais para metástase, ou seja, quando há formação tumoral em outros órgãos como osso, pleura e pulmão, fígado e cérebro. Existem vários tipos da doença, alguns com desenvolvimento rápido, enquanto outros crescem mais lentamente.  

As causas são multifatoriais, dois terços dos tumores são hormonodependentes, isto é, o crescimento depende de estímulos hormonais, além de maus hábitos em geral e fatores hereditários, conforme explica a mastologista do Hospital Ophir Loyola, Franciane Rocha. Segundo ela, atinge mais as mulheres economicamente ativas, as quais tem menos gestações e sucessivos ciclos menstruais com ação repetida de estrógeno e de progesterona nos tecidos mamários e, ainda, provável aumento do risco de desenvolver câncer de mama.

"Um dos fatores de risco mais importantes é a idade; cerca de quatro a cada cinco casos ocorrem após os 50 anos. Além da obesidade e sobrepeso, a menopausa tardia, o sedentarismo, o consumo de bebida alcoólica, os fatores da história reprodutiva e hormonal, a menstruação antes dos 12 anos, a primeira gravidez após os 30 anos, o uso de contraceptivos hormonais e a história familiar de câncer de mama", afirma a mastologista.

O sintoma mais comum é o aparecimento de nódulo, geralmente indolor, duro e irregular, mas há tumores que são de consistência branda, globosos e bem definidos. “Outros sinais de câncer de mama são mudanças na cor e textura da pele da mama, pequenos nódulos nas axilas e pescoço e secreção anormal nos mamilos. A secreção associada ao câncer geralmente é transparente, podendo ser rosada ou avermelhada devido a presença de glóbulos vermelhos”, aponta Franciane Rocha.

Diagnóstico precoce - A comerciante Vanivalda Oliveira, 50 anos, apresentava um histórico de nódulos mamários desde os 28 anos. "Já tirei vários e sempre eram benignos. Em dezembro de 2019, fiz a mamografia de rotina e a médica solicitou a biópsia e infelizmente deu carcinoma". Ela conta que os primeiros dias após o diagnóstico foram difíceis, especialmente porque havia perdido uma amiga vítima da doença. “Fiquei abalada no início, não podemos vacilar de jeito nenhum. A minha amiga não ia ao médico, tinha apenas 43 anos. Fui visitá-la no leito e ela insistiu para que eu me cuidasse, ela faleceu logo depois", lamenta.

Raimunda Silva é uma das 896 mulheres que estão em tratamento contra a neoplasia maligna de mama no Ophir Loyola

A moradora de Salinópolis, Raimunda Silva, 43 anos, sentiu uma coceira no seio, no dia seguinte procurou ajuda médica que solicitou alguns exames especializados. Após ser diagnosticada, foi encaminhada para o Ophir Loyola. “Hoje vou fazer a cirurgia para operar o quadrante, mas já fiz oito sessões de quimioterapia. Eu só me preocupava em fazer o exame de Papanicolau, mas deixo o meu pedido para as mulheres que se cuidem", alertou.

O diagnóstico é feito por meio de exames clínicos e de imagem como a ultrassonografia, a ressonância magnética e a mamografia. A confirmação só é obtida com a biópsia, a retirada de um fragmento do nódulo ou da lesão suspeita por punção para análise. O tratamento é definido conforme o tipo e o estágio da doença. 

A mastologista esclarece que existem diversas terapêuticas, como incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica (terapia alvo), no entanto deve-se levar em consideração as condições da paciente. “É importante avaliar o tamanho da mama em relação ao tumor, para que a cirurgia seja feita com uma margem de segurança, por isso a necessidade do diagnóstico precoce, para que seja menos invasiva a fim de haver uma maior conservação da mama. Outro método é a cirurgia radical com a retirada total da mama”, explica a especialista.

Ela destaca que quando diagnosticado em fase inicial, as possibilidades de sucesso no tratamento aumentam. “O Outubro Rosa vem para chamar a atenção da mulher sobre a importância do autoexame nas mamas e dos exames periódicos para detectar o câncer de mama, que é o principal câncer feminino, com incidência e mortalidade alta”, enfatiza.

Serviço - No dia 21 de outubro, serão realizadas palestras de orientação sobre o tratamento e prevenção do câncer de mama, ovário e de colo de útero, voltadas para as servidoras, pacientes e acompanhantes do Hospital Ophir Loyola. A abordagem será direcionada ao autocuidado, à alimentação saudável, à qualidade de vida dos pacientes com câncer e protocolos a serem seguidos neste momento de pandemia.