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DIA DA OBESIDADE

Sespa: Governo destaca ações de prevenção e combate à obesidade

Entre os serviços executadas pelo Estado, o destaque é o Programa Obesidade Zero, lançado no dia 10 de setembro pelo governador Helder Barbalho

Por Roberta Vilanova (SESPA)
11/10/2020 10h40

Neste domingo (11), se comemora o Dia Mundial da Obesidade e o Dia Nacional de Prevenção da ObesidadeO Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), vem realizando inúmeras ações para a prevenção e combate à obesidade na população paraense, sendo, portanto, importante ressaltá-las neste domingo (11), em que se comemora o Dia Mundial da Obesidade e o Dia Nacional de Prevenção da Obesidade. A data nacional foi instituída pela Lei nº 11.721200, com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância da prevenção dessa doença.

Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), “a obesidade é uma doença crônica que tende a piorar com o passar dos anos, caso o paciente não seja submetido a um tratamento adequado e contínuo. Além de reduzir a qualidade de vida, pode predispor a doenças como diabetes, doenças cardiovasculares, asma, gordura no fígado e até alguns tipos de câncer. A Organização Mundial da Saúde (OMS), inclusive, aponta a obesidade como um dos maiores problemas de saúde pública no mundo”.

Dados de 2019 do Ministério da Saúde apontam que 36,15 % da população paraense adulta têm sobrepeso; 15,93% estão com obesidade em grau I; 4,88% em grau II e 1,61% em grau III. Portanto, a obesidade é uma doença que precisa de ações desde a Atenção Primária em Saúde, com medidas preventivas, até a alta complexidade, como a cirurgia bariátrica, por exemplo.

Programa Obesidade Zero busca acelerar o acesso gratuito à cirurgia bariátrica aos pacientes que necessitam do procedimentoPara combater esse mal, entre as ações executadas pelo Estado, o destaque vai para o Programa Obesidade Zero, lançado no dia 10 de setembro pelo governador Helder Barbalho. O objetivo é acelerar o acesso gratuito à cirurgia bariátrica aos pacientes que necessitam desse tipo de procedimento. A iniciativa integra uma política do Estado denominada Fila Zero, que visa a acabar com as filas para atendimentos especializados na área de saúde em todo o Pará.

O médico e coordenador do Programa, Carlos Armando Ribeiro dos Santos, que é cirurgião do aparelho digestivo com área de atuação em cirurgia bariátrica, explicou que o procedimento é indicado para pacientes com índice de massa corpórea (IMC) de 35 associada a comorbidades, como pressão alta, diabetes, esteatose hepática, apneia do sono, dislipidemias, entre outras, ou com IMC de 40 isoladamente sem sucesso no tratamento clínico. “E são esses os critérios para que o paciente tenha acesso à cirurgia pelo Programa Obesidade Zero, que está em plena atividade”, disse. 

Qualquer pessoa pode entrar no site do Programa Obesidade Zero, verificar se é elegível para a cirurgia e se cadastrar. Atualmente, estão sendo disponibilizadas 100 consultas semanais, totalizando 400 por mês. Ao ser aceito no Programa Obesidade Zero, o paciente inicia um processo, passando por várias avaliações até a cirurgia, o que demanda um certo tempo. 

“Na consulta, a gente conversa com o paciente, vê as condições clínicas, sociais, psicológicas etc. Se for confirmada a indicação de cirurgia, ele é encaminhado ao endocrinologista já com os exames solicitados” - Carlos Armando, coordenador do Programa Estadual Obesidade Zero.

Cirurgia é uma das fases do protocolo, que envolve a realização de exames, além de acompanhamento com profissionais de saúdeO endocrinologista avalia os exames e define o seguimento do paciente para avaliação mensal com nutricionista, psicólogo e assistente social, para aderir ao tratamento, perder peso, repor vitaminas, compensar diabetes etc., enfim, preparar-se para a cirurgia. “Os superobesos, aqueles com IMC maior que 50, eventualmente, têm opção de um procedimento antes da cirurgia, que é a colocação de balão intragástrico, que faz com que o paciente perca peso e possa ser operado numa melhor condição”, informou o cirurgião.

Carlos Armando alerta que o paciente deve seguir à risca todas as orientações da equipe multidisciplinar. “É muito importante perder peso antes da intervenção cirúrgica, pois isso favorece uma cirurgia mais tranquila e diminui o risco das complicações e a morbimortalidade do procedimento cirúrgico”, enfatizou

Sendo liberado pelo endocrinologista, psicólogo, nutricionista e assistente social, o paciente vai para o risco cirúrgico, que inclui consultas com cardiologista, pneumologista e anestesista. Depois de liberado por toda equipe multidisciplinar é que retorna ao cirurgião para ser solicitada a Autorização de Internação Hospitalar (AIH). Então, ele cumpre todo o protocolo nutricional e segue para o procedimento cirúrgico.

Por fim, Carlos Armando informou que, inicialmente, as cirurgias estão sendo realizadas no Hospital Jean Bitar (HJB), porque já era um centro de obesidade contando com uma equipe multidisciplinar.

Sespa atua na prevenção do sobrepeso e obesidade

Na Sespa, há três Coordenações Estaduais que atuam na agenda da prevenção do sobrepeso e obesidade que são a de Nutrição, a de Doenças Crônicas Não Transmissíveis e a de Saúde do Adolescente e Jovem.

Um dos trabalhos que está em andamento desde 2019 é a construção da Linha de Cuidado do Sobrepeso e Obesidade (LCSO), com a finalidade de organizar o fluxo de atenção primária e de média e alta complexidade aos pacientes com sobrepeso e obesidade.

Segundo a coordenadora estadual de Nutrição, Rahilda Tuma, a LCSO preconiza que as ações de Atenção Primária em Saúde (APS) são de responsabilidade dos municípios, sendo responsabilidade do Estado, por meio do SUS, garantir a oferta qualificada e em tempo oportuno do cuidado na média complexidade (especialidades e centros de referência) e na alta complexidade (atenção hospitalar, clínica e cirúrgica).

“As linhas de cuidado representam uma forma de articulação de recursos e práticas de produção de saúde entre as unidades de atenção de uma região de saúde, abrangendo ações de prevenção e tratamento”, Rahilda Tuma, coordenadora estadual de Nutrição.

Rahilda Tuma, coordenadora estadual de NutriçãoA proposta é iniciar a implantação da LCSO pela Região Metropolitana I e Região Baixo Amazonas e, a partir da experiência e avaliação dos resultados, expandir para as demais regiões.

Nesse sentido, já foi feito o diagnóstico epidemiológico do sobrepeso e obesidade no estado e o levantamento dos pontos de atenção, estrutura e recursos humanos. Para 2021, a proposta é conhecer todos os pontos de atenção incluídos na Linha de Cuidado; discutir, pactuar e iniciar as capacitações de gestores e profissionais da Atenção Primária.

Para a implantação da LCSO, a Sespa conta com o apoio do Projeto Enfrentamento e Controle da Obesidade no Âmbito do SUS no Estado do Pará, financiado pelo Ministério da Saúde e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que além de realizar um diagnóstico da organização da Gestão e da Atenção Nutricional nos municípios paraenses, vai qualificar as ações de gestão e atenção à saúde que irão compor a LCSO do Pará. 

Os gestores serão capacitados para busca de recursos e incentivo à qualificação dos profissionais que atuam na Atenção Básica, especialmente na área de prevenção às doenças crônicas não transmissíveis e os profissionais de saúde para atuarem de forma competente nas ações de prevenção do sobrepeso e obesidade no âmbito nos municípios.

Material educativo auxilia na prevenção da doença

No que tange às ações da Sespa voltadas diretamente à população, a Coordenação Estadual de Nutrição tem produzido materiais educativos com foco na prevenção do sobrepeso e obesidade. Entre as publicações, estão a Cartilha “Alimentação e nutrição em tempos de pandemia - Esclareçam suas dúvidas”, história em quadrinhos “Passos para alimentação saudável”, e-book “Receitas saudáveis para crianças”, vídeo “Passos para uma alimentação adequada de saudável” e manual “Nutrição em tempos de Covid-19”. 

Todos esses instrumentos têm sido amplamente divulgados com o apoio da Coordenação Estadual de Saúde do Adolescente e Jovem, que é responsável pela gestão dos Programas Saúde na Escola (PSE) implantado nos 144 municípios paraenses e Crescer Saudável (PCS), cuja adesão foi feita por 75 cidades. Esses programas têm como público-alvo crianças, adolescentes e jovens que são as melhores fases do ciclo de vida para cultivar bons hábitos e iniciar o processo de promoção da saúde e de prevenção das doenças crônicas.

Também merece destaque a participação da equipe de Nutrição no Programa Territórios pela Paz (TerPaz), disponibilizando à população avaliação nutricional e orientação alimentar individual com foco na prevenção do sobrepeso, obesidade e demais doenças crônicas não transmissíveis. 

Já a Coordenação de Doenças Crônicas Não Transmissíveis tem efetuado qualificação de profissionais para atuação nos Polos de Academia da Saúde e no monitoramento das ações desse programa nos municípios. 

Orientações – Para a população se prevenir da obesidade e não precisar de procedimentos de alta complexidade, a Coordenação Estadual de Nutrição faz as seguintes orientações: 

- Manter uma alimentação saudável; 

- Preferir sempre alimentos in natura ou minimamente processados; 

- Utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades; 

- Limitar o consumo de alimentos processados; 

- Quando possível, preferir os alimentos orgânicos e agroecológicos;

- Desenvolver suas habilidades culinárias; 

- Colocar a mão na massa, aprender e compartilhar receitas; 

- Ao comer fora, prefira locais que façam a comida na hora

- Praticar atividade física regularmente, com orientação de educador físico ou médico.

- Manter uma vida saudável, reduzindo o estresse, tomar banho de sol em horário adequado;

- Valorizar as horas de repouso e sono;

- Reduzir ou eliminar o consumo de álcool;

- Monitorar o peso corporal, a pressão arterial e a glicemia.