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Cadeia produtiva do açaí em Inhangapi movimenta R$ 50 milhões por ano

Agricultores familiares com apoio da Emater são os protagonistas desse processo exitoso

Por Aline Miranda (EMATER)
01/07/2020 13h37

A cadeia produtiva do açaí em Inhangapi, no nordeste do estado, movimenta mais de R$ 50 milhões por ano, de acordo com estimativa do escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater). 

Agricultor Simão Leite, da comunidade Pernambuco, conta com a Emater há 10 anos e está satisfeito com sua produçãoO protagonista dessa contabilidade exitosa é o agricultor familiar com a assistência técnica da Emater, em parceria com a Secretaria Municipal de Agricultura (Semagri) e o apoio de outras entidades e instituições na perspectiva do Programa de Fortalecimento da Cultura do Açaí e Cacau. 

A estratégia é de difusão tecnológica com capacitação contínua, distribuição de mudas melhoradas e promoção regular de eventos, como os “Dias de Campo” e intercâmbios para troca de experiências bem-sucedidas.

Desde 1998, por exemplo, Emater e Semagri preparam mudas num viveiro do horto municipal, instalado em área pertencente à Prefeitura, no centro de Inhangapi. A cada mês de fevereiro, milhares de mudas são distribuídas.

No início, 25 famílias foram beneficiadas com cinco mil mudas, hoje a estratégia de desenvolvimento da produção do fruto regional, beneficia 700 famílias, que recebem mais de 80 mil mudas para plantio imediato e multiplicação em suas propriedades. 

De 1998 a 2010, também, por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento do Extrativismo (Prodex), do governo federal, mais de 300 famílias receberam incentivos num contexto de investimento público compartilhado de quase R$ 700 mil. 

Chefe do escritório local da Emater em Inhangapi, Luiz Augusto Góes explica que embora o cultivo do açaí seja a principal atividade da agricultura familiar do município, a Emater não trabalha essa cultura de forma isolada.

“Ele (o açaí) faz parte de um conjunto próspero de incentivos, práticas e tradições, que incluem e interseccionam outras cadeias produtivas, como a de mandioca e a de cacau”, disse Luiz Augusto Góes. 

Na atualidade, 1.300 famílias de Inhangapi extrativistas, quilombolas e ribeirinhas trabalham diretamente com o extrativismo do açaí de várzea, também, com o plantio da variedade BRS-Pará, que é melhorada geneticamente, bem como com variedades nativas do plantio tradicional. A variedade Pai D'égua está sendo ambientada no horto.

O lucro dos produtores varia entre 30% , na entressafra, e 40% na safra, considerando-se a venda em sacas e basquetas no próprio município e a exportação para Belém, Castanhal, São Domingos do Capim e São Miguel do Guamá. 

Em termos territoriais, o açaí de várzea ocupa uma área de 3 mil e 500 hectares, desse total, pelo menos a metade já é produção manejada, o que representa cerca de 600 mil plantas compondo Sistemas Agroflorestais (Safs) com espécies madeireiras como andiroba e mogno. Com manejo, a média de produção por hectare é de oito toneladas anuais.

Já o açaí de terra firme tem 1.500 hectares, com 700 plantas, intercaladas entre as frutíferas como banana e cacau. O potencial de produção é de até 15 toneladas anuais por hectare, sem que tecnologias aplicadas, como sistemas de irrigação e adubação ideal. 

De acordo com a Emater, um dos desafios da cadeia do açaí ainda é o acesso ao crédito rural, processo muitas vezes prejudicado pela falta de documentos da terra por parte das famílias.  Com crédito, o agricultor contorna o custo alto dos insumos e consegue implantar com maior facilidade os sistemas de irrigação necessários para compensar a época de menos chuva.