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Comunidade de Mosqueiro investe na piscicultura com apoio da Emater

Pequenos produtores começaram a criar tambaqui em tanques escavados

Por Aline Miranda (EMATER)
16/06/2020 10h58

Com o incentivo do escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), agricultores da comunidade Mari Mari II, em Mosqueiro, distrito de Belém, começaram a criar tambaqui em tanques escavados. 

A piscicultura na região representa um lucro de cerca de 50% para o produtor

A iniciativa, que já dua quatro meses, visa a comercialização nas feiras do balneário, sobretudo nas altas temporadas, e a segurança alimentar das próprias famílias. A llha, conhecida como "Bucólica", recebe milhares de visitantes por ano.

Na Mari-Mari II vivem 84 famílias, cujas principais atividades são horticultura, fruticultura e plantio de mandioca.

De acordo com estimativas da Emater, a piscicultura na região representa um lucro de cerca de 50% para o produtor. “Entendemos a piscicultura como uma agregadora de renda e como mais uma fonte direta de alimento, dentro da proposta de diversificação de atividades e da exploração sustentável das propriedades”, diz o técnico em pesca e aquicultura da Emater Leonardo Silva, responsável pelo projeto. 

Ele explica que a atuação da Emater considera todo o contexto: “Cada família tem sua história, como tanques abandonados por tentativas anteriores, as quais não evoluíram por falta de acompanhamento científico, e escavações para a retirada de piçarra e barro, que os agricultores realizaram para ajudar na pavimentação de ramais ou para elevação de outras partes do terreno, com o fim de se estruturar algum tipo de criação rural”, menciona.

Nesta primeira fase, de caráter piloto, 15 famílias estão envolvidas no processo. Três delas já se encontram efetivamente no cultivo. São sete tanques com expectativa do grosso da despesca para a Semana Santa do ano que vem, com mais de três toneladas e meia de peixe.

As outras 12 famílias devem iniciar a atividade logo após a pandemia no novo coronavírus. 

Experiência 

Cleber Cabral, de 49 anos, do Sítio Bão, mantém quatro tanques lonados com dois mil alevinos no total (um como reservatório). Na propriedade de 25 hectares, além da piscicultura, a área abriga sete mil pés de açaí (BRS-Pará e Chumbinho) e cem pés de laranja. 

Cleber Cabral é um dos produtores da região. Para ele a piscicultura surgiu como uma alternativa lucrativa.

A água dos tanques é captada de dois poços artesianos. Cabral vem se planejando para, até dezembro, montar uma granja com dez mil e 500 bicos e instalar um sistema de irrigação para o açaí a partir do reaproveitamento da água dos peixes. 

“A Emater sempre esteve ao meu lado. Toda ideia colocamos pra frente. Meu objetivo é realizar o máximo possível. Vamos testar, por exemplo, a inserção de larvas de mosca soldada-negra como suplementação da ração, até pra garantir melhor palatabilidade do pescado. Digo que a piscicultura surgiu como uma alternativa muito lucrativa, que não demanda grande mão-de-obra e nem grandes investimentos”, resume.