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AUTOSSUFICIÊNCIA E REINSERÇÃO

Produção de produtos de higiene: oportunidade de trabalho prisional nas unidades penitenciárias da RMB

Curso de produção de sabão objetiva instruir a produção de sabão em pó, em barra, líquido e desinfetante

Por Vanessa Van Rooijen (SEAP)
25/05/2020 17h04

Curso ocorre com a participação de 10 custodiados na Colônia Penal Agrícola de Santa Izabel (CPASI)O enfrentamento ao novo coronavírus nas unidades penitenciárias tem contado com um importante aliado: o trabalho prisional. Para garantir a utilização deste instrumento na reinserção social de custodiados e, ao mesmo tempo, gerar autossuficiência produtiva de itens essenciais, em tempos de pandemia - e que futuramente continuarão sendo produzidos e utilizados -, a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP) iniciou nesta segunda-feira (25), um curso de produção de sabão na Colônia Penal Agrícola de Santa Izabel (CPASI), localizada no Complexo Penitenciário de Santa Izabel. Na terça-feira (26), a capacitação ocorrerá no Centro de Recuperação Feminino (CRF), de Ananindeua. 

Com a participação de 10 custodiados da CPASI, o curso que objetiva instruir a produção de sabão em pó, em barra, líquido e desinfetante, é idealizado e ofertado pela direção do Centro de Recuperação Masculino de Vitória do Xingu (CRMV) que, ao identificar os benefícios quanto ao trabalho e a autossuficiência oriunda deste na própria unidade, buscou expandir o projeto para outras casas penais, a partir de sua equipe de reinserção social.

Atualmente, no CRMV, são produzidos semanalmente cerca de 120 litros de sabão líquido, 100 litros de desinfetante e 80 barras de sabão

Segundo a diretora do CRMV, Patrícia Abucater, a iniciativa surgiu da necessidade de certificar internos que possuíam interesse no trabalho, para a produção de itens usados na desinfecção e limpeza diária da unidade. Por meio da oferta de um curso do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), a capacitação dos internos possibilitou a autossuficiência quanto aos referidos itens na unidade de Vitória do Xingu, além de criar meios para a efetiva ressocialização dos custodiados.

“Quando nós começamos esse trabalho, percebemos que eles queriam isso para fora, quando livres, porque agora eles possuem uma profissão e expectativa, inclusive de criar uma pequena fábrica. Isso me incentivou a dar início a produção em maior escala e reprodução da iniciativa em outras casas penais”, afirmou a diretora, considerando ainda que atualmente, no CRMV, são produzidos semanalmente cerca de 120 litros de sabão líquido, 100 litros de desinfetante e 80 barras de sabão, o que corresponde ao necessário à unidade, embora esta possua uma capacidade de produção ainda maior. 

Para o diretor de Reinserção Social da SEAP, Belchior Machado, destaca-se, na ação, a importância da integração de todos pelo desenvolvimento do trabalho prisional. “Ver a proatividade de unidades como o CRMV demonstra que a SEAP está fomentando da forma correta o trabalho e a produção, para garantir direitos às pessoas privadas de liberdade e buscar a autossuficiência do sistema. Aliado a esse estímulo de produção, tem-se a Portaria do Trabalho Prisional, que há muito tempo era uma necessidade do sistema e que irá normatizar as atividades laborativas e o que decorre delas”, considera o diretor. 

O curso realizado na CPASI será estendido a outras unidades prisionais para que, assim como no CRMV, possam correlacionar trabalho prisional, autossuficiência e reinserção. A padronização das 48 unidades penitenciárias pela SEAP, além de gerar maior segurança quanto a realização dos procedimentos penitenciários, oportuniza a interdependência entre as casas penais, com o desenvolvimento de práticas - como as de reinserção social, - gerando não apenas o importante fator ressocializador, como economia, segurança e autossuficiência na produção de itens imprescindíveis para a saúde da população carcerária, sobretudo no combate à Covid-19.