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CORONAVÍRUS

Sespa orienta sobre alimentação saudável em tempos de pandemia

População deve procurar fontes científicas e oficiais antes de consumir alimentos e suplementos que, supostamente, podem contribuir para a prevenção contra a Covid-19

Por Roberta Vilanova (SESPA)
06/04/2020 10h47

A atual crise de saúde pede, mais do que nunca, uma alimentação rica em frutas, verduras, legumes e outros nutrientes importantes A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), por meio da Coordenação Estadual de Nutrição, enfatiza o alerta contido no “Guia Alimentar para a População Brasileira” e destacado pelo Conselho Federal de Nutricionistas (CFN) de que “há muitas informações sobre alimentação e saúde, mas poucas são de fontes confiáveis”. Portanto, é fundamental que a população procure fontes científicas e oficiais antes de consumir alimentos e suplementos que, supostamente, podem contribuir para a prevenção contra o novo coronavírus.

Segundo a nutricionista e coordenadora estadual de Nutrição, Rahilda Tuma, o vírus, causador da doença Covid-19 colocou em estado de atenção a população brasileira, que agora busca orientações sobre como se prevenir e se comportar. “Nesse sentido, também é motivo de preocupação as informações que circulam nas redes sociais (cards, áudios e vídeos) com orientações sobre supostas terapias milagrosas no campo da nutrição”, alertou a coordenadora.

Rahilda Tuma, nutricionista e coordenadora estadual de NutriçãoConforme Rahilda Tuma, a população tem que ter muito cuidado com a divulgação que incentiva o consumo de alimentos, superalimentos, shots, sucos e até soroterapias por infusão endovenosa de nutrientes (vitaminas, minerais, aminoácidos, antioxidantes e outros nutrientes e compostos), apontados como capazes de prevenir ou combater o coronavírus por meio do fortalecimento do sistema imunológico.

“O CFN informa que não existem protocolos técnicos nem evidências científicas que sustentem alegações milagrosas” - Rahilda Tuma, nutricionista e coordenadora estadual de Nutrição.

Ela afirmou que a alimentação saudável depende de uma diversidade alimentar, não de supostos superalimentos isolados, e deve ser adequada a cada indivíduo conforme assistência prestada pelo nutricionista. “Entretanto, em tempos de isolamento em que a recomendação máxima é “ficar em casa” e as consultas presenciais foram adiadas, é muito importante a consciência e a responsabilidade de cada um em adotar as medidas preventivas para si e para todos os membros da família”, orientou Rahilda Tuma.

A coordenadora estadual de Nutrição lembrou, ainda, que o Brasil enfrenta um significativo aumento do sobrepeso e da obesidade em todas as faixas etárias, sendo um fator de risco para várias doenças como hipertensão arterial, doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2, doenças crônicas que colocam as pessoas em grupo de altíssimo risco quando se trata da Covid-19.

Então, conforme Rahilda Tuma, com o objetivo de ajudar e orientar a população neste momento foi que a Associação Brasileira de Nutrição (Asbran) lançou um Guia para uma Alimentação Saudável em tempos de Covid-19, levando a população a refletir sobre a pandemia de coronavírus que está afetando todos os aspectos da vida, incluindo a alimentação”. 

“Uma alimentação saudável é primordial para manter a saúde e é especialmente importante para conservar o sistema imunológico em ótimas condições. Por isso, não devemos nos esquecer de um nutriente essencial, neste momento, a vitamina D, que é gratuita e pode ser obtida em um saudável banho de sol, nas primeiras horas do dia” - Rahilda Tuma, nutricionista e coordenadora estadual de Nutrição.

Rahilda Tuma disse que muitas vezes escuta as pessoas afirmarem que não têm tempo para preparar uma refeição e, por isso, utilizam os meios mais rápidos, os chamados fast foods. “Agora que o tempo nos oferece uma pausa, sem trânsito, sem escolas, sem igreja, sem parques, sem lojas, sem bares, sem restaurantes e sem lanchonetes, podemos refletir sobre como podemos aproveitar esse tempo para nos alimentar de forma mais saudável”, argumentou a nutricionista, apresentando diversas dicas, que seguem abaixo, para que a população possa se alimentar de forma mais saudável neste momento de pandemia:

CUIDADOS AO IR ÀS COMPRAS

  • Diminua a ida aos centros de abastecimento durante a pandemia. Em caso de extrema necessidade, faça uma lista de compras e use-a. Você pode esquecer itens importantes ou comprá-los por impulso;
  • Faça compras em horários alternativos ou, se tiver acesso, utilize o sistema online. Você economizará tempo e manterá a distância social;
  • Compre com antecedência, pois muitas lojas precisam de um ou dois dias desde o pedido até a entrega;
  • Considere alternativas de baixo custo e faça o consumo de alimentos de forma integral, aproveitando melhor as aparas, os talos, sementes, etc;
  • Tente eliminar as compras de alimentos industrializados, como batatas fritas, refrigerantes, biscoitos e sorvetes. Eles são ricos em calorias vazias, não contêm os nutrientes que você precisa e ainda aumentam a sua conta;
  • Evite comprar refeições prontas industrializadas, a maioria delas é rica em sódio, gordura trans e calorias.

HIGIENIZAÇÃO DOS ALIMENTOS

  • Lave-as ou troque as embalagens que vem do supermercado, da quitanda ou da feira, por outras adequadas e limpas;
  • Antes de colocar os produtos nos armários, despensas ou geladeira, lave as embalagens com água e sabão e borrife álcool 70% ou solução clorada.
  • Retire frutas, verduras e legumes das embalagens dos centros de abastecimento e armazene em fruteiras;
  • Armazene em potes ou sacos próprios para refrigeração. Antes de consumir frutas, verduras e legumes crus, lave em água corrente e com hipoclorito de sódio. Ele deve ser usado sempre diluído (veja na embalagem do produto a diluição adequada);
  • A higienização é fundamental e deve ser seguida com cuidado. Não coloque em risco pessoas e objetos desinfectados;
  • No momento de guardar os alimentos, organize de tal maneira que tenha acesso rápido àqueles cujo prazo de validade é mais curto.

Em casa, pais e mães, na medida do possível, devem envolver as crianças no preparo dos alimentosPREPARO DAS PRINCIPAIS REFEIÇÕES

  • Inclua as crianças no planejamento, limpeza e preparo das refeições. Peça a elas para fazerem uma lista do que há na despensa e na geladeira;
  • Utilize a matemática ao medir colheres e xícaras, contar números de ingredientes, fazer um balanço de itens da despensa ou planejar o tempo que levará para preparar, cozinhar e comer.
  • Envolva as crianças em assar pão, cozinhar um ovo ou criar um molho caseiro para salada;
  • Leve em consideração o equilíbrio dos nutrientes, alimentos que sua família tem por preferência, métodos de cozimento e habilidades de preparar os alimentos, valorizando o tempo e a energia que será utilizada para produção das refeições;
  • Às famílias que têm acesso, peçam às crianças que consultem sites de receitas online para encontrar refeições e lanches que utilizam o que está disponível em casa;
  • Cuidado redobrado ao verificar a validade dos produtos;
  • Trabalhar em casa pode não significar que há mais tempo para cozinhar, especialmente se você agora é responsável por ensinar seus filhos e/ou executar suas atividades profissionais remotamente, por isso, você precisa saber algumas dicas para tornar seus hábitos alimentares mais saudáveis:
  • Faça dos alimentos in natura ou minimamente processados a base da sua alimentação;
  • Utilize óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades no preparo das refeições;
  • Diminua o consumo de alimentos processados e evite o consumo de alimentos ultraprocessados;
  • Planeje o uso do tempo para dar à alimentação o espaço que ela merece;
  • Priorize o aproveitamento integral dos alimentos, utilizando cascas, talos e sementes;
  • Seja crítico quanto a mensagens e dados sobre alimentação em propaganda;
  • Após servir as refeições, os alimentos que estão na panela precisam ser armazenados em potes fechados e guardados na geladeira.

 FONTES CONFIÁVEIS DE INFORMAÇÃO

Ministério da Saúde. Boletins Epidemiológicos e orientações gerais;

Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa);

Agência Nacional de Vigilância Sanitária;

Fundação Oswaldo Cruz;

Organização Mundial de Saúde;

Organização Pan-Americana da Saúde;

Centers for Disease Control and Prevention (CDC);

CFN;

Asbran