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SAÚDE PÚBLICA

Governo começa a consolidar integração entre hospitais da rede pública estadual 

Em duas semanas já foram feitas 80 cirurgias de pacientes transferidos para o ‘Abelardo Santos’

Por Jackie Carrera (SECOM)
23/02/2020 11h21

Domingas e Domingos Campos reconhecem a qualidade do atendimento oferecido na rede pública estadual de saúdePara melhorar ainda mais os serviços oferecidos à população, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) está consolidando a efetiva integração da rede pública estadual. Uma cooperação entre o Hospital de Clínicas Gaspar Vianna e o Hospital Regional Abelardo Santos está diminuindo a fila por cirurgias e, consequentemente, o tempo de espera dos pacientes. A iniciativa começou há duas semanas, e consiste em transferir pacientes que demorariam meses aguardando o procedimento no HC para o Hospital Regional, em Icoaraci, distrito de Belém.

Segundo o titular da Sespa, Alberto Beltrame, são feitas 40 cirurgias por semana, já totalizando 80 procedimentos. Isso significa que mil pessoas que aguardavam na fila em janeiro entrarão no bloco cirúrgico em até seis meses. “A gente pode dizer tecnicamente que vamos zerar a fila, mas é claro que a demanda não para. Na verdade, continuarão entrando mais pessoas, só que a fila será bem menor; diminuiremos bastante. Estamos colocando em prática um compromisso já assumido com a comunidade, desde que o governo concluiu a obra do novo hospital. Temos agora uma nova capacidade instalada e uma demanda reprimida na cidade, sendo importante atender mais rapidamente e com mais qualidade”, ressaltou Alberto Beltrame.

Qualidade no tratamento - Essa nova integração beneficiará futuros pacientes, acabando com a angústia de quem precisa de atendimento especializado. Para o taxista Domingos Campos, a fase de espera já foi superada, e agora ele só aguarda pela alta do Hospital de Clínicas Gaspar Vianna para retomar sua rotina. Morador de Icoaraci, Domingos fez uma cirurgia no intestino ainda no Hospital de Clínicas. Um procedimento com êxito total.

“Aqui somos muito bem tratados. Tem médico toda hora vindo aqui no leito. Um atendimento excelente. Antes disso eu fiz duas cirurgias em hospitais particulares que não deram certo. Tinha sido muito mal atendido lá. E aqui, que é público, me surpreendi. Foi bem melhor”, conta o paciente de 69 anos.

Domingos deu entrada no Hospital de Clínicas cerca de cinco meses antes da cirurgia. “Como eu já havia passado por outros hospitais, já tinha parado de trabalhar há dois anos, e a vida mudou completamente. Então, cada dia que passava causava um desespero. Eu já estava com depressão”, diz o paciente, operado na última semana.

A espera pela cirurgia também angustiava a família do taxista, principalmente sua esposa, Domingas, que o acompanha no hospital. “Quanto mais o tempo passa, a gente se pergunta: será que vai conseguir se operar a tempo ou vai piorar ainda mais?”, conta a dona de casa.

A cirurgia feita por Domingos não integra as especialidades do Hospital de Clínicas, que é referência no atendimento de média e alta complexidade em cardiologia, psiquiatria e nefrologia. Mas há 19 anos, para atender a uma demanda do Estado, a instituição passou a realizar cirurgias gerais não urgentes, e que por isso podem ser agendadas. Essa iniciativa acabou gerando uma fila de espera atualizada a cada mês. Em janeiro, havia 1.000 pessoas esperando por cirurgias.

Secretário Alberto Beltrame é enfático: ″Hospitais do Estado não podem ser ilhas. Eles precisam ser integrados″.Mais especialidade - O Hospital Abelardo Santos tem uma estrutura nova e uma equipe capacitada em diversas especialidades. O secretário Alberto Beltrame também informa que, em breve, a mesma parceria deve ocorrer entre o novo hospital e o “Ophir Loyola” – referência em tratamento oncológico -, com o objetivo de otimizar os recursos que a rede pública oferece aos usuários.

“Em breve, o ‘Abelardo’ passará a atender neurologia clínica, que hoje está no Ophir. E a ideia também é, futuramente, transferir esses pacientes pra lá. Os hospitais do Estado não podem ser ilhas. Eles precisam ser integrados. Porque cada um tem um perfil, mas tem que ter uma complementariedade entre eles. E a integração de equipes, de esforços, de insumos e estrutura é desejável”, reitera Alberto Beltrame.

Segundo a diretora-presidente do Hospital de Clínicas Gaspar Viana, Alessandra Leal, a integração entre os hospitais é uma importante estratégia de gestão da Sespa. “O ‘Abelardo’ tem um bloco excelente e uma equipe inteira à disposição. Isso só veio a somar na rede pública de saúde do Estado. Desde que essa cooperação foi firmada, nós já encaminhamos para lá 80 pacientes. O HC vai continuar com as cirurgias gerais, mas o importante é diminuir essa fila e estabilizar”, afirma.

Domingos Campos não precisou ser transferido para o “Abelardo Santos”, mas acredita que, de alguma forma, já foi beneficiado pela integração. “É uma maravilha reduzir a fila; mais rápido é muito bom. Tem muita gente doente esperando, precisando de socorro. O HC é ótimo, e o Abelardo Santos também. É um hospital grande, novinho. Está uma beleza aquilo lá. Temos que aproveitar. Eu moro em Icoaraci, meu ponto de taxi é bem em frente ao ‘Abelardo’, e eu sei a importância desse hospital para gente”, afirma o taxista.