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CARINHO E ATENÇÃO

Projeto 'Minha História' humaniza o atendimento de pacientes da UTI, no HC

A ideia é resgatar a identidade de cada um através de uma coleta de informações sobre a vida daquela pessoa

Por Melina Marcelino (HC)
27/01/2020 08h42

Destinada a pacientes em situações graves de saúde, a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é um dos espaços mais complexos de um hospital. Para humanizar e minimizar os efeitos negativos da hospitalização, a Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (FHCGV) está implantando o projeto “Minha História”. A ação está sendo expandida gradativamente para outros setores da unidade de saúde.

“Entendemos que para humanizar o nosso atendimento é necessário individualizar a assistência de acordo com as necessidades de cada um, pois o que vemos na maioria dos hospitais é que quando o paciente é internado, ele deixa de ser uma pessoa e passa a ser conhecido pelo seu prontuário, doença ou número do seu leito. Isso acaba despersonalizando o paciente, que passa a não ser mais um indivíduo com história. Pensando nisso, a equipe buscou uma maneira de reverter esse problema e desenvolvemos o projeto 'Minha História', destaca a psicóloga da UTI Adulto, Aline Rodrigues.

O “Minha História” busca resgatar a identidade de cada um dos pacientes através de uma coleta de informações sobre a história de vida deles. São informações como o nome que o paciente gosta de ser chamado, data de nascimento, ocupação, quantos filhos, o que gosta de fazer e o que ajudaria a se sentir melhor durante a sua internação. Tudo é escrito em uma placa que fica ao lado do leito. Depois de conhecer a integralidade e a especificidade de cada um, a equipe médica da UTI estabelece vínculos necessários que possam fornecer um melhor tratamento.

“Por meio desse projeto, que costumamos chamar também de “plaquinha”, conseguimos saber mais, conhecer cada paciente. Fazemos uma plaquinha com todas as suas informações e colocamos em cada leito. Assim, não chamamos mais o paciente pelo número do seu leito, chamamos pelo nome que ele quer ser chamado”, diz a psicóloga.

Edinaldo Abreu foi submetido a um procedimento cirúrgico e está se recuperando na UTI Adulto da FHCGV. Ele não é apenas o leito 9, ele gosta de ser chamado pelo apelido: Marajó. Aos 56 anos, o homem que é despachante de carga, gosta de trabalhar e o que mais ajudaria ele a se sentir melhor na sua internação é assistir televisão e ficar perto da família.

“Essas informações são importantes, pois criamos um vínculo aqui. Eu me sinto realmente mais à vontade e mais acolhido por toda a equipe”, disse. Uma das informações que constam na plaquinha do seu 'Marajó' é a paixão dele pelo clube do Remo. “Eu sou remista e todos eles aqui sabem. Tiramos brincadeiras e isso é uma coisa muito divertida, cria uma união”, diz o paciente.

Segundo a chefe da UTI Adulto, Luciana Gavinho, o projeto também tem o objetivo de exercitar a empatia entre a equipe. “Muitos profissionais que atuam nesse ambiente, querendo ou não, ficam um pouco afastados, pois costumam ver o paciente apenas como paciente e não como alguém que tem uma história. Aqui na UTI, essa plaquinha faz a gente se aproximar, garantir, assim, um cuidado centralizado e individualizado, sempre tentando resgatar as suas preferências, para que esse paciente venha a ter uma melhor assistência”, ressalta a médica.

Atualmente, a Unidade de Terapia Intensiva Adulto da FHCGV possui 12 leitos: UTI 1 (6 leitos) e UTI 2 (6 leitos). Para cada espaço, há uma equipe de multiprofissionais formada por: médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, técnicos de enfermagem, fonoaudiólogos, nutricionistas e terapeutas ocupacionais. Ao total, são 71 profissionais atuando de forma humanizada no tratamento e na recuperação das pessoas, desenvolvendo ações em que os pacientes e os seus familiares se sintam acolhidos durante uma internação na UTI.

“As plaquinhas também servem para valorizarmos a família. As informações contidas nelas são fundamentais para isso. Criar um momento de afeto e amor porque na nossa UTI, o paciente não é só o paciente, sabemos que ele é o amor de alguém”, garante Aline Rodrigues.

A Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (FHCGV) ainda tem uma UTI coronariana, com 10 leitos, a UTI pediátrica com 8 leitos e 10 leitos na neonatal.