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Mobilização marca Dia Mundial de Luta contra a Hanseníase em Marituba

Programação realizada pelo Estado teve caminhada, consultas com hansenólogos, palestras e atividade sobre saúde bucal

Por Roberta Vilanova (SESPA)
26/01/2020 16h03

Caminhada saiu da Praça Jarbas Passarinho, no bairro Dom Aristides, até a Praça Matriz, na BR-316Uma grande mobilização no município de Marituba marcou, neste domingo (26), o Dia Mundial de Luta contra a Hanseníase. A ação foi organizada pela Secretaria De Estado de Saúde Pública (Sespa), Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) e Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan).

A programação começou com uma caminhada que saiu da Praça Jarbas Passarinho, no bairro Dom Aristides, até a Praça Matriz, na BR-316, onde estavam instaladas as unidades móveis da Sespa, disponibilizando para a comunidade consultas com médicos hansenólogos, palestras sobre hanseníase e uma atividade educativa sobre saúde bucal.

A caminhada teve o objetivo de chamar a atenção da população de Marituba para o tema e convidar as pessoas com manchas suspeitas para comparecerem à praça para avaliação clínica com os especialistas.

Bruno Pinheiro, coordenador estadual de Controle da HanseníaseO coordenador estadual de Controle da Hanseníase, Bruno Pinheiro, informou que durante a semana, equipes da Secretaria Municipal de Saúde visitaram as famílias de pessoas que tiveram hanseníase nos últimos 10 anos, orientando para que também comparecessem para exame.

Segundo o coordenador estadual, a ação proporciona uma busca ativa de casos novos de hanseníase, a partir de pessoas que tiveram contato com esses doentes nos últimos anos, para um diagnóstico precoce e evitar o agravamento da doença. “O certo é avaliar anualmente a família dos casos diagnosticados, por pelo menos cinco anos”, indicou.

Bruno ressaltou que o diagnóstico e tratamento da doença estão disponíveis gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS), por meio das Unidades Básicas de Saúde.

“Para isso, a Coordenação Estadual de Controle da Hanseníase mantém uma rotina intensa de capacitação dos profissionais da Rede Municipal de Saúde” - Bruno Pinheiro, coordenador estadual de Controle da Hanseníase.

Ele disse ainda que o tratamento dura seis meses nos casos iniciais e 12 meses nos mais complicados. “As pessoas em tratamento não transmitem mais a doença e podem levar uma vida normal”, afirmou Pinheiro.

Para os casos que requeiram intervenções de média complexidade, o Estado dispõe de três Unidades de Referência Especializadas (URE), para onde os pacientes são encaminhados: A URE Marcello Cândia, em Marituba, a URE Demétrio Medrado em Belém, e ainda em Santarém. Todas elas, além do diagnóstico e tratamento, oferecem reabilitação aos pacientes e funcionam adequadamente, sem lista de espera para atendimento.

A Sespa, juntamente com as Secretarias Municipais de Saúde, também atua na reabilitação, reinserção social e laboral e ainda no combate ao preconceito contra as pessoas com hanseníase.

Carlos Cruz, médico hansenólogo da SespaO médico hansenólogo Carlos Cruz disse que a hanseníase tem muita relação com as condições de saneamento básico, habitação e nutrição. “Portanto, além de fazer o diagnóstico precoce e tratar a doença, é fundamental que sejam desenvolvidas ações de combate a essas condicionantes sociais. Então, não é apenas uma questão da área de saúde, ela envolve diversos setores do Estado”, declarou.

Como exemplo, ele disse que a hanseníase foi hiper-endêmica na Noruega, que foi, inclusive, o país que descobriu o bacilo em Hansen, em 1873. “O que foi feito para eliminar a hanseníase da Europa, onde ela já foi endêmica também, quando ainda nem havia tratamento para a doença? Apenas melhoria das condições socioeconômicas e de saneamento. Isso foi o que proporcionou a eliminação da doença. Onde tem mais hanseníase é onde tem mais pobreza, como por exemplo, na Índia, no Norte e Nordeste do Brasil”.

Carlos Cruz aponta que continua sendo fundamental a busca ativa dos contatos das pessoas diagnosticadas para conseguir encontrar o foco da doença e fazer o diagnóstico precoce dos casos novos.

O diretor de Vigilância em Saúde, Amiraldo Pinheiro, disse que a Sespa trabalha para dar maior sensibilidade possível aos Sistemas Municipais de Saúde para que detectem o máximo possível de casos de hanseníase, façam levantamento dos contatos e proporcionem o tratamento e, assim, consigam quebrar a cadeia de transmissão da doença. “É fundamental o trabalho da Atenção Primária, para detecção de novos casos, seja nas Unidades Básicas ou pelas equipes de Saúde da Família, incentivando os agentes comunitários a identificarem sintomáticos dermatológicos”, afirmou o gestor estadual.

Maria de Fátima da Mata, 56, atendeu ao chamado da Secretaria Municipal de Saúde e foi até a praça para avaliação clínica. Ela disse que já fez tratamento contra hanseníase, mas agora uma nova mancha surgiu. “Vim aqui fazer a consulta e ver se preciso de novos exames”, disse.

A flanelinha Deuzimar Guimarães, 42, também compareceu ao local da ação. Ela disse que viu a movimentação e procurou atendimento para avaliação dermatológica, uma vez que pega muito sol diariamente. Sobre a hanseníase, ela disse que já ouviu falar em palestras no posto de saúde, mas não estava com nenhum sinal ou sintoma.

Consultas e demais atendimentos disponibilizados pela Sespa aos moradoresSinais e sintomas – A hanseníase é uma doença infecciosa, contagiosa, que afeta os nervos e a pele. A transmissão acontece por meio da respiração em contato com pessoa doente, que ainda não está em tratamento.

Os principais sinais e sintomas da hanseníase são manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo, com perda e alteração de sensibilidade ao quente ou frio, ao toque, à dor, na área da mancha; áreas com diminuição dos pelos e suor; dor e sensação de choque, formigamento, fisgadas e agulhadas ao longo de braços e pernas; inchaço de mãos e pés, dificuldade de fechar os olhos, perda de força em mãos e pés; feridas na planta dos pés; caroços no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos.

Objetivo foi chamar a atenção dos torcedores para os sinais e sintomas da hanseníaseAção no Mangueirão

Encerrando as ações alusivas ao Dia D de Combate à Hanseníase, a Coordenação Estadual realizou na tarde deste domingo (26), atividade no Estádio Olímpico Jornalista Edgar Augusto Proença (Mangueirão). Equipes da Sespa estiveram presentes durante a partida de futebol entre o Clube do Remo e Carajás.

Os servidores estiveram segurando faixas alusivas à campanha. Durante toda a partida mensagens educativas foram transmitidas por meio do telão. O objetivo foi chamar a atenção dos torcedores para os sinais e sintomas da hanseníase, que, muitas vezes, passam despercebidos.