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Hospital de Clínicas alerta sobre cuidados com a saúde cardíaca

Emergência cardiológica da unidade atende 15 mil pessoas por ano

Por Igor Oliveira (SEJU)
09/12/2019 18h22

O técnico de edificações Adoney Tabaraná, 61 anos, está internado na Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (FHCGV), referência no estado para tratamento cardiológico. Em outubro, ele começou a sentir dores no peito e falta de ar. Por já ter sido acometido por pneumonia, ele imaginou que o incômodo era devido ao cansaço frequente da rotina. Quando a dor piorou, foi ao posto de saúde mais próximo. “O médico viu meu estado e me enviou diretamente para cá. Foi quando a equipe de emergência constatou que eu estava tendo um infarto. Se não tivessem me atendido rápido, não sei se resistiria”, lembra o técnico.

Adoney Tabaraná, 61 anosSegundo o Serviço de Arquivo Médico e Estatística do hospital, dos 15 mil pacientes de infarto da emergência atendidos anualmente, 20% são pessoas com mais de 65 anos, o que representa a maior parte dos casos. “Atendemos a fase aguda de doenças cardiovasculares, com destaque para infarto agudo do miocárdio, principal responsável pelo que conhecemos como ataque cardíaco”, explica Kleber Ponzi, cardiologista e coordenador da emergência cardiológica do Hospital de Clínicas (HC). O infarto resulta da obstrução dos vasos que levam o sangue para o coração, em geral por uma placa de gordura associada ao colesterol. Os principais fatores de risco para a doença são o tabagismo, o colesterol em excesso, hipertensão, diabetes, obesidade e estresse. 

“Eu trabalhava muito, era irritado demais e dormia pouco. Era fumante e vivia comendo exageradamente para tentar relaxar. Só quando passava muito mal é que ia ao médico”, conta Adoney, que ainda apresentava outro fator de risco: histórico da doença na família, pois o pai e o irmão dele já sofreram de enfermidades cardiovasculares. “Mesmo assim, não fazia os exames de rotina. Nem quando descobri que tinha diabetes eu tentava me cuidar mais. Então o coração reclamou”, observa. Desde então, o técnico de edificações diz que procura alertar outras pessoas, especialmente da sua faixa etária, a tomarem mais cuidado com a própria saúde.

De acordo com Kleber Ponzi, a maior incidência dos casos de formação de placas de gordura obstruindo vasos sanguíneos ocorre a partir dos 45 anos entre os homens e dos 54 anos entre as mulheres. “Mas a adoção de hábitos de vida desfavoráveis, como alimentação rica em sal e gordura e sedentarismo (ausência de exercícios físicos) pode levar a doença cardiovascular a atingir pessoas mais jovens”, explica o médico. 

Foi o caso de Marcelo Machado, montador de automóveis com 40 anos de idade. Há alguns dias, Marcelo começou a sentir dores e intenso suor no lado esquerdo do corpo. Conseguiu parar em uma unidade de saúde e foi logo encaminhado para o HC. “Era infarto, me atenderam rápido. Agradeço demais por isso”, lembra. Já em recuperação, Marcelo diz que deveria ter se prevenido devido ao pai também sofrido ataque cardíaco anos atrás. A esposa, Maria das Graças, cita também o tabagismo e a alimentação inadequada como fatores que prejudicaram a saúde do marido.

Marcelo Machado, 40 anos, acompanhado pela esposa Maria das Graças

Excelência - Em setembro, o Hospital de Clínicas recebeu, pelo segundo ano consecutivo, o Selo de Excelência Máxima do Programa de Qualidade Boas Práticas Clínicas em Cardiologia, uma iniciativa internacional da ‘American Heart Association’, em parceria no Brasil com o Ministério da Saúde, a Sociedade Brasileira de Cardiologia e Hospital do Coração de São Paulo. A premiação coloca a unidade entre as quatro melhores do Brasil em sua categoria.

Hospital de Clínicas recebeu, pelo segundo ano consecutivo, o Selo de Excelência Máxima do Programa de Qualidade Boas Práticas Clínicas em CardiologiaPara Adoney Tabaraná, que aguarda a cirurgia de desobstrução cardiovascular, e Marcelo Machado, operado em situação urgência, a premiação do hospital faz sentido. Ambos acreditam que a qualidade do atendimento assistencial é fundamental para a recuperação. Marcelo diz que se sente em boas mãos. A esposa concorda. “Foi um susto muito grande. Fiquei perto o tempo todo e vi a atenção que deram a ele, da internação até agora”, observa Maria das Graças. Adoney revela o que sente durante o tempo de internação. “É um cuidado muito grande. Ter a certeza de que temos apoio, que sempre tem alguém para ajudar. É uma família”, conclui.

Outro ponto que os pacientes admitem é a importância de cuidados preventivos com a saúde do coração, como praticar regularmente exercícios físicos, ter uma alimentação saudável e ir ao médico para fazer exames periódicos de avaliação e prevenção. “Poderíamos não estar mais aqui, mas estamos. Muitas pessoas não conseguiram essa chance. O mínimo que podemos fazer é agradecer e compartilhar o que aprendemos”, resume Adoney. 

Atendimento - O HC oferece serviço de emergência, UTI, cirurgia e clínica cardiológica e é o único hospital público do Norte a realizar cirurgias cardiopediátricas. Este ano, o hospital já realizou cerca de 400 cirurgias cardíacas.