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NOVO PROCEDIMENTO

Santa Casa realiza treinamento sobre coagulação sanguínea

O equipamento evita o caso de mortes com a análise ideal para combater o sangramento.

Por Samuel Mota (SANTA CASA)
20/11/2019 15h28

Primeiro hospital da região Norte a dispor do aparelho que realiza o exame de tromboelastometria, conhecido como Rotem, que faz a avaliação de como está a coagulação sanguínea do paciente, a Santa Casa realiza nesta quarta-feira, 20, o treinamento de educação continuada sobre esse processo médico hospitalar, que é ministrado pelo especialista na área Ricardo Chamas.

Lena Alencar, diretora de Ensino e Pesquisa da Fundação Santa Casa, diz que é um treinamento fundamental, para a equipe multiprofissional que lida com casos de urgência médica. “É justamente para se entender a importância de se tratar um caso de hemorragia, por exemplo. Hoje quando há um sangramento do paciente o primeiro pensamento que se tem é: eu vou tratar com um concentrado de hemácias e aí eu posso estar tratando de uma maneira inadequada, porque esse sangramento não pode ser causado apenas por uma perda de sangue e sim por uma outra causa”.

O equipamento é fidedigno, e nos traz essa qualidade no tratar do paciente. É uma tecnologia portátil e de resultado rápido, pode inclusive ser utilizada no bloco cirúrgico ou na UTI.

Sílvia Teixeira, médica hematologista, diz que o treinamento reforça a análise do que o paciente está realmente precisando no momento do sangramento.

“Em vez de sair utilizando concentrado de hemácias, plasmas, plaquetas etc, tudo de uma vez, tem-se a noção do que está acontecendo com o paciente, com a coagulação e com equipamento visualizando se consegue ter a noção do que é a necessidade do paciente, em vez de solicitar vários hemocomponentes que muitas das vezes nem é necessário”, enfatiza a médica.

Para Ricardo Chamas, farmacêutico e especialista em tromboelastrometria, o objetivo desse método é auxiliar os médicos numa intervenção terapêutica mais direcionada aos pacientes graves, principalmente os pacientes hepatopatas, em todas aquelas especialidades onde o sangramento, a hemorragia é um estado que pode ocorrer.

“O maior benefício é o melhor manejo clínico desses pacientes para uma intervenção mais adequada e também a redução de custos, ou seja todos esses materiais são de alto custo e o uso deles de forma não racionalizada gera custo pro hospital e possibilidades também, no caso de hemocomponentes gerar situações clínicas indesejáveis”.

Segundo Ricardo, esse método já está sendo utilizados em grandes centros no Brasil e no mundo, principalmente porque há uma preocupação com custo e efetividade nessa área, assim como também no uso adequado desses derivados do sangue. “Isso tanto pode tratar o paciente como pode ocasionar problemas. Então o uso direcionado, o uso racional é uma tendência neste século. E esse sistema é o que melhor se adequa para esse objetivo”, pontua o palestrante.

Função do Aparelho -  Com os dados obtidos por ele pode-se transfundir para o paciente, apenas o que ele de fato necessita durante um episódio de sangramento, indicando corretamente que tipo de hemoderivados ele necessita (plasma, plaquetas, crioprecipitado). Esses insumos são escassos, tanto que os bancos de sangue precisam, frequentemente, fazer campanhas para arrecadá-los por meio da doação voluntária de pessoas saudáveis.

Por serem raros, e de origem humana, não são livres de causar efeitos colaterais nos pacientes. Durante uma cirurgia de grande porte, por exemplo, onde ocorra uma hemorragia, ao invés de haver a reposição de um pouco de cada um desses componentes do sangue, o anestesista irá saber exatamente qual está faltando e solicitar ao banco de sangue a especificação correta, o que corrobora para a economia que esse procedimento gera.