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FESTA LITERÁRIA

Escritora relembra fatos marcantes da história santarena para estudantes

Terezinha Amorim encerrou as atividades do projeto Portal do Conhecimento, da Ioepa, em mais um bate papo com alunos

Por Ailson Braga (IOE)
16/11/2019 17h32

Terezinha (à direita, de óculos escuros) com os alunos e professores da escola Aluízio Martins, em SantarémO projeto Portal do Conhecimento concluiu as atividades nas escolas de Santarém na quinta-feira (14). A iniciativa, que é uma ação da Imprensa Oficial do Estado (Ioepa), tem levado escritores para um encontro com o público no ambiente escolar, durante eventos no Pará e na Festa Literária de Santarém. Após passar pelas escolas Wilson Fonseca e Álvaro Adolfo, a caravana esteve na quinta no colégio Aluízio Martins, no bairro Maracanã, com a presença da historiadora e escritora Terezinha Amorim.

Durante pouco mais de uma hora de conversa, Terezinha Amorim relembrou momentos marcantes da história de Santarém e do Pará. Contou detalhes da ocupação portuguesa na Amazônia desde a fundação de Belém e a expedição de Pedro Teixeira, até a chegada do padre jesuíta João Felipe Bettendorff ao rio Tapajós, o que daria origem à cidade de Santarém.

Terezinha ressaltou o quanto logradouros públicos de Santarém guardam partes da memória e história da cidade. Citou o exemplo da praça Rodrigues dos Santos, que um dia foi parte da aldeia dos índios Tupaiús; além da Barão de Santarém, onde localiza-se o Centro Cultural João Fona. O prédio, que é um dos mais antigos da cidade, já foi prefeitura e cadeia pública. “As pessoas passam por lugares como ruas e praças e muitas vezes não sabem que ali ocorreu um fato histórico. Cada canto da cidade reserva uma curiosidade, uma informação de relevância para a nossa memória”, observou a escritora.

A historiadora destacou ainda a importância da Cabanagem, revolta ocorrida entre os anos de 1835 a 1840, em que os paraenses desafiaram o poder do império instalando uma república, que contou com três presidentes: Clemente Malcher, Pedro Vinagre e Eduardo Angelim. O episódio teve desdobramentos no Baixo Amazonas, como a tomada de Santarém pelos cabanos em 1836 e o exemplo de bravura e resistência em Ecuipiranga, sendo este o último reduto cabano. “Não há outro episódio da nossa história que nos encha mais de orgulho do que a Cabanagem”, conclui Terezinha.

Terezinha Amorim – Ícone da historiografia local, a escritora é presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós (IHGTAP). Autora de obras como “Santarém: uma síntese histórica” e “Santarém: sua história e suas belezas”, Terezinha é defensora do patrimônio histórico edificado e se dedica a catalogar e preservar os casarões do centro da cidade.      

Final – Após percorrer três escolas em três bairros diferentes, o Portal do Conhecimento encerra suas atividades em Santarém. De acordo com a coordenadora Ellana Silva, o resultado foi muito positivo.  

“A experiência foi maravilhosa. Acredito que o projeto cumpriu seu objetivo que é trabalhar com essa diversidade e a própria Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes vem fazendo isso. Sendo esse espaço destinado para ouvir também à mulher: termos a presença de uma pesquisadora que tem se dedicado à historiografia local é uma grande honra para o projeto e gostamos dessa vivência durante essas atividades”, ressaltou Ellana.