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'COM ELAS E POR ELAS'

Projeto fomenta cidadania e autonomia financeira às mulheres de Portel e Melgaço

Seminários e oficinas ocorrem de forma simultânea nos dois municípios. Ações seguem até este sábado (16)

Por Claudiane Santiago (SEJU)
15/11/2019 10h55

Ações são voltadas para o público feminino de municípios do arquipélago do MarajóA produtora rural Maria Júlia Serrin, de 56 anos, da cidade de Portel, retira da floresta os recursos para sustentar a família de 14 filhos. A agricultora estima uma renda mensal de R$ 5 mil com a comercialização de frutas em polpas e a utilização de madeiras, sementes, escamas de peixes, entre outros tipos de materiais para criar artesanatos, como acessórios e peças decorativas.

A agroextrativista é o exemplo da mulher que o projeto “Mulheres Marajoaras: Com elas e por elas”, do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), busca ter como resultado após os seminários e oficinas voltados à população feminina, que estão sendo realizados nos municípios do Arquipélago do Marajó, nos meses de novembro e dezembro.

Maria Júlia participa das ações que ocorrem em Portel e Melgaço, desde terça-feira (13) e seguem até este sábado (16), de forma simultânea. É a segunda etapa da iniciativa, que ainda vai percorrer outros municípios com a proposta de mostrar às mulheres como identificar e agir diante da violação de direitos, sobretudo, os caminhos para autonomia financeira, a partir do empreendedorismo e o exercício da cidadania.   

Participante do projeto, Maria Júlia Serrin, de Portel, sustenta seus 14 filhos com recursos que ela tira da floresta“A agricultura foi a melhor saída que eu encontrei para dar alimentação para os meus filhos e eu quero ajudar a multiplicar para as moradoras da região. Hoje, todos os membros da minha família trabalham na produção e vivemos bem financeiramente, ao mesmo tempo, colocamos uma boa alimentação na nossa mesa e na dos demais”, declarou a empreendedora nata, que aproveitou a ocasião para relatar sua história de vida e incentivar, em específico, as mulheres rurais para transformar os recursos naturais em negócio.  

Fortalecimento – Na programação em Portel e Melgaço, na quarta-feira (13) e quinta-feira (14), os técnicos da Sejudh ministraram oficinas sobre os direitos da mulher. As participantes puderam expor suas histórias e falar da realidade onde vivem, em uma troca de experiência para que as marajoaras possam enxergar um futuro diferente, com expectativas de dias melhores e possibilitar novas ‘Marias Júlias’.

“Trabalhar a educação da mulher na promoção do empoderamento e conhecimento sobre as leis é o início para transformar a realidade em que elas estão inseridas. Conhecedoras dos seus direitos, elas passam realmente a buscar e cobrar a garantia deles. Se fortalecem de tal forma que não conseguem regredir, começam a não aceitar o ciclo de violência ao qual vivenciavam”, enfatiza a psicóloga Priscila Taveira, palestrante em Portel. 

No bate papo, as participantes também propuseram a criação da Delegacia Municipal da Mulher, o Centro de Referência no Atendimento à Mulher e o fortalecimento do Conselho Municipal para aperfeiçoar o serviço de atendimento já prestado pela rede local existente.  

Em Melgaço, as oficinas também foram marcadas por depoimentos comoventes e olhares cheios de expectativas para superar as adversidades aos quais elas que vivem, incentivar nova alternativas no sentido de que passassem a protagonizar suas próprias histórias. Na ocasião, as participantes apresentaram a proposta de criação da rede de apoio, para atender e acolher as mulheres, e pediram a sua articulação após a descoberta de como funciona e a importância para localidade.

“As oficinas aqui foram extremamente importantes porque, identificada a falta de informação sobre os próprios direitos, foi possível incentivá-las ao protagonismo. Conseguimos não somente plantar uma semente, mas também estabelecer uma rede de mulheres que provavelmente vai construir instâncias de acolhimento e empoderamento para outras, sendo multiplicadoras”, avaliou o palestrante no município, Rafael Ventimiglia.   

Empreendedorismo – A programação segue até este sábado (16), agora, com oficinas de capacitação voltadas para o empreendedorismo, com objetivo de emancipar as mulheres por meio do trabalho. Nas ações, serão estimuladas a introdução ao associativismo e cooperativismo, para mostrar que a produção local pode ser transformada em oportunidade de negócio. Inédito no Pará, o projeto seguirá para os Curralinho e São Sebastião da Boa Vista, nos dias 19 e 28 deste mês.