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FESTA LITERÁRIA

Escritora Márcia Kambeba fala sobre vida e obra com estudantes de Santarém

Por Ailson Braga (IOE)
13/11/2019 16h40

Interação com o público jovem, récitas de poemas, cantoria e relatos de sua história e da etnia Omágua/Kambeba, que tenta resistir ao preconceito e ao processo de aculturação, marcaram a participação da escritora Márcia Kambeba na Festa Literária em Santarém (oeste do Pará), na manhã de terça-feira (12). A presença da escritora fez parte do Projeto Portal do Conhecimento, da Imprensa Oficial do Estado do Pará (Ioepa), realizado na Escola Estadual de Ensino Médio Maestro Wilson Dias da Fonseca.

À noite, Márcia Kambeba esteve no estande da Ioepa na Festa Literária para participar da roda de conversa promovida pela Secretaria de Estado de Cultura (Secult), quando encontrou o violonista santareno Sebastião Tapajós. Na ocasião, os dois trocaram presentes e conversaram sobre possíveis parcerias artísticas.

“Estou muito feliz de estar em Santarém e poder ter esse contato com turmas do ensino médio, de ser sabatinada com perguntas interessantes e construtivas, o que mostra que eles têm curiosidade e preocupação. Foi muito bom ouvir meus poemas e saber que a escola se preocupa com o saber indígena. Ver que ele adentra a sala de aula é fundamental. Agradeço à Festa Literária e à 23ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes por dar esse lugar de fala para os povos indígenas; para que a gente possa ecoar com maracás, tambores e a nossa ancestralidade”, disse a escritora. 

Márcia Kambeba nasceu numa aldeia da etnia Ticuna, onde viveu até os nove anos, quando se mudou com a família para São Paulo de Olivença (AM). Graduou-se em Geografia pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e concluiu o mestrado pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Como poeta, sua obra mostra semelhanças com a literatura de cordel e reflete a preocupação com a violência contra os povos indígenas e os conflitos trazidos pela vida na cidade.

Cultura indígena - Para a estudante Pamela Matos, 15 anos, o encontro com a escritora trouxe aprendizado e contribuiu ainda mais para o estudo dos povos indígenas no Brasil. “Aprendi muita coisa sobre a cultura indígena, sobre a questão do respeito às diferenças, que é muito importante e sobre a história da escritora, de quem eu virei fã. Ela é uma mulher muito empoderada e me inspirou a aprender mais sobre a cultura indígena”, declarou a aluna do 1º ano da Escola Estadual Maestro Wilson Dias da Fonseca.

Durante as ações do projeto Portal do Conhecimento, um escritor visita uma escola e interage com o público, falando de sua obra, referências e inspirações. Nesta quinta-feira (14), a escritora Terezinha Amorim será a homenageada, na Escola Aluízio Lopes, no bairro Maracanã.

A função do Portal do Conhecimento é fomentar, apoiar e ampliar, cada vez mais, as redes comunitárias, levando a promoção da leitura com atividades nas escolas, centros comunitários e até hospitais, valorizando o conhecimento. O projeto incentiva também a doação de livros durante a realização da 23ª Feira Pan Amazônica do Livro e Multivozes. (Texto: Weldon Luciano).