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Emater resgata cultura de fibra de juta em Alenquer

Por Aline Miranda (EMATER)
10/10/2019 14h25

O escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), em Alenquer, no Baixo Amazonas, está resgatando a cultura da juta, usada principalmente na indústria têxtil para ensacamento nas décadas de 70 a 90 e cuja fibra serve também como revestimento interno de automóveis e como substituto do gesso na construção civil.  A atividade  sobre a fibra vegetal tem grande potencial lucrativo, de complemento de renda, e hoje em dia o município é o único que produz sementes de juta no Brasil, com capacidade para exportação.  

No auge, a fibra produzida no oeste paraense (além de Alenquer, em Almeirim, Juruti, Prainha, Óbidos, Oriximiná e Santarém) representou um ciclo socioeconômico de importância nacional, sobretudo pelas condições climáticas favoráveis e a abundância de água, necessária para o processo de desfibramento.

Alenquer, por exemplo, chegou a produzir de 12 a 13 mil toneladas de fibra por safra. O declínio da atividade e posteriormente o abandono total se causaram pela concorrência com outros materiais para ensacamento, como o polietileno, muito mais barato e, mais recentemente, com a exigência de artigos biodegradáveis pelo principal mercado, o europeu.

Em 2017, incentivadas por uma demanda contratual da Companhia Têxtil de Castanhal (CTC) e recebendo assistência técnica direcionada da Emater, oito famílias da comunidade Pariri  plantaram 24 kg de sementes com bom grau germinativo. Cada família trabalhou, em fase piloto, com 1,5 ha, com o objetivo de multiplicação. A colheita total foi de quase oito toneladas e meia, depois de sete meses.

“Essa iniciativa foi fundamental como experiência e nível de aplicabilidade. A Emater forneceu banco de dados da época do ápice do ciclo e acompanhou os tratos. O segundo passo foi na comunidade Salvação, com nove famílias e um plantio agora na área de várzea.

O plantio de fibra na várzea se dá no período de vazão das águas dos rios, entre os meses de agosto e setembro, e no período de invasão das águas, dezembro, com previsão de duas safras por ano”, explica o chefe do escritório local da Emater em Alenquer, o técnico em agropecuária Waldomiro Ferreira.  

Atualmente, 100 famílias de pelo menos sete comunidades estão envolvidas no projeto. A produtividade média por hectare é de 700 kg.