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Profissionais discutem política de humanização na Santa Casa

Por Samuel Mota (SANTA CASA)
20/09/2019 13h55

A estratégia contribui para um atendimento mais eficaz/efetivo e motivador para as equipes de trabalho nas unidades hospitalares.Representantes de hospitais da Região Metropolitana de Belém (RMB) e técnicos em humanização estadual e municipal reuniram, nesta sexta-feira (20), na Santa Casa. O objetivo foi esclarecer a diretriz “Gestão Participativa” ou Cogestão da Política Nacional de Humanização, considerada uma ferramenta valiosa para a construção de mudanças nos modos de gerir e nas práticas de saúde.

A estratégia contribui para um atendimento mais eficaz/efetivo e motivador para as equipes de trabalho. A cogestão é um modo de administrar, que inclui o pensar e o fazer coletivo, sendo, portanto, uma diretriz ético-política que visa a democratização das relações no campo da saúde.

Para o coordenador estadual de humanização, Guilherme Martins, a política de humanização é densa e se propõe a sensibilizar os três segmentos de atores – gestores, trabalhadores e usuários, para que pensem funcionamento diário da saúde. A política aposta em um fortalecimento de movimento coletivo composto por representantes dos diversos setores.

“No plano estadual, a gente tem um diálogo direto com as regionais de saúde que acompanham as secretarias municipais, no sentido que fazer com que essa política seja capilarizada por todos os municípios. É fundamental que, nessa descentralização, a gente consiga que a estruturação e a organização ocorram in loco, para que eles deem conta de cuidar desses processos, mantendo uma relação com o nível central”, destaca Guilherme.

Viviane Cardoso, coordenadora da política de humanização pela Sesma, em Belém, disse que a política de humanização é transversal e está em todos os fazeres e momentos da assistência e, sobretudo, na gestão. Para a gestora, vai além do atendimento inicial ou do acolhimento que é feito: é um processo de gestão, de acesso, de valorização do trabalhador, de discutir e receber o feedback da população.

“A gente deixa muito claro que todas as pessoas e processos importam. Às vezes, a pessoa está em um procedimento administrativo e ela acha que não é importante. Se ela deixar de carimbar aquele documento, aquilo não vai ser tão importante e pode deixar isso pra lá. E, na verdade, a gente sabe que não. Toda e qualquer pessoa que está na ponta, sendo ela na assistência direta ou não, é fundamental no processo. O documento que eu não passo para a frente vai impactar na assistência, na falta de um medicamento ou de um insumo que eu preciso para prestar o atendimento ao usuário do SUS”, explica Viviane.

Clévia Dantas é da coordenação de humanização da Fundação Santa Casa e mostrou, na reunião da Câmara, os avanços que o setor apresentou neste ano. Com mudança de cultura e com a participação direta dos diretores da instituição, hoje são 70 integrantes no coletivo de humanização da Santa Casa.

“Temos um plano de ação da humanização para atender a voz do trabalhador e do usuário. Nós somos resultado de um planejamento estratégico, cujo objetivo é fortalecer a humanização, tendo como base as diretrizes da Política Nacional de Humanização (PNH), consolidando o acolhimento como diretriz clínica de cuidado no hospital. A nossa meta é fortalecer o grupo de trabalho que atua na Santa Casa, envolvendo as pessoas de forma coletiva em rodas de conversas e essa metodologia vem dando certo”, conclui Clévia.

A política de humanização aposta em um fortalecimento de movimento coletivo, composto por representantes dos diversos setores.

Humanização como ferramenta – Lourival de Albuquerque é do grupo de humanização do PSM do Guamá. Para ele, a PNH deve ser implantada em todas as instituições de saúde. “Sabemos que há um problema muito sério na estrutura de saúde do Brasil, mas, com a mobilização dos programas de humanização, tenho certeza que vamos conseguir objetivos melhores, principalmente no que se refere à qualidade de vida e do atendimento de saúde”.

Para Maria Auxiliadora Pereira, enfermeira da Clínica Psiquiátrica do Hospital de Clinicas Gaspar Viana e professora da Uepa, a humanização é uma ferramenta muito importante no cuidado às pessoas que usam o SUS. “Hoje faço parte do grupo de humanização e cresci muito, porque aprendi a conhecer melhor toda a minha instituição e também relacionar-me com muita gente além do que fazia na clínica psiquiátrica. Nesse momento, estamos criando um Comitê para poder promover a humanização em todos os setores”. 

Reunião – A Câmara Técnica de Humanização Hospitalar (CTH-H) se reúne uma vez por mês com o objetivo de fortalecer o processo coletivo, a gestão compartilhada e/ou participativa, assim como incentivar o exercício de Cogestão e Corresponsabilização com uma maior proximidade entre o planejamento e a execução dos serviços no Sistema Único de Saúde (SUS).

Trata-se de um fórum proposto para agregar instâncias, serviços e sujeitos, compartilhando experiências do campo político, ações de humanização, compondo redes e movimentos de cogestão. A proxima reunião da CTH-H, será no dia 18 de outubro, no Hospital Ophir Loyola.