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Ophir Loyola alerta para a importância da doação de órgãos e tecidos para transplantes

Por Redação - Agência PA (SECOM)
28/09/2015 16h27

No último domingo, 27, comemorou-se o Dia Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes. E, para conscientizar, sensibilizar profissionais de saúde e a sociedade civil sobre a importância do ato, o Hospital Ophir Loyola – referência e pioneiro na realização de transplantes e na captação de múltiplos órgãos pelo SUS - realizará na próxima quarta-feira, 30, das 9h às 12h, palestras educativas sobre a importância da ação, esclarecendo questões sobre a doação de órgãos no Pará, com o tema “Doe órgão, salve vidas” e o slogan “Doação, um ato de amor”.

A programação vai abordar sobre o processo de doação e captação, desde a realização da entrevista com a família sobre a autorização para a possível doação de órgãos isolados, tecidos ou de múltiplos órgãos até a realização do transplante, enfatizando o papel da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT), o panorama do transplante de rim no Estado, a importância da CTI nesse processo, bem como o panorama da doação de órgãos no Estado segundo a Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDO) da Sespa.

A falta de uma cultura de doação de órgãos e a não autorização da família são os principais entraves para a realização de transplantes no Norte do Brasil. Num contexto em que a possibilidade do indivíduo ser receptor é bem maior do que a chance de ser um doador é essencial chamar a atenção da sociedade para a gravidade da situação. Muitos não sabem, mas alguns órgãos podem ser doados em vida, a exemplo dos rins, medula óssea e parte do fígado.

Existe uma série de mitos que amedrontam a sociedade, formando verdadeiros entraves, tais como o pensamento que a condição financeira ou status define a prioridade na fila de espera, ou que o médico do setor de urgência não se esforça para salvar uma pessoa quando sabe que esta é doadora, e que pessoas idosas não podem doar, entre outros mitos.

Autorização - A maioria dos transplantes é realizada com doadores falecidos. A legislação brasileira estabelece que a doação deve ser consentida e autorizada pela família do potencial doador (pessoa falecida). Daí a importância de dialogar em vida com a família sobre o desejo de ser um doador após a morte. A doação acontecerá somente com a autorização e participação da família (pais, avós, marido e esposa, filhos e irmãos). A recusa familiar e a falta de informação dos profissionais da saúde ainda são empecilhos para o aumento no número de doações e transplantes em todo o país, em particular na região Norte.

A realização de um transplante requer o envolvimento da CNCDO, que é responsável pela coordenação do programa de transplante no Estado, em conjunto com as Comissões Intra-hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante, a Organização de Procura de Órgãos (OPO), equipes de intensivistas, equipes especializadas e credenciadas para realizar captação e transplantes, laboratórios e de uma forma muito especial as famílias que, voluntariamente, autorizam a doação de órgãos de entes falecidos mediante o diagnóstico de morte encefálica e/ou parada cardiorrespiratória.

No Pará são realizados transplantes de rins e córneas. Os órgãos não transplantados no Estado são disponibilizados para a Central Nacional de Transplantes que é responsável pelo controle das listas de espera de receptores de todo o Brasil por meio no Sistema Integrado de Gerenciamento (programa de informática que armazena os dados de doadores e receptores do País). A distribuição de órgãos e tecidos doados seguem estritamente os critérios estabelecidos por lei tanto no âmbito Estadual quanto Nacional.

Números - Dados da Central de Transplantes do Pará apontam que no Pará, cerca 602 pessoas aguardam por transplante renal e 1015 por transplante de córnea e que estes números sofrem variação todos os dias.

Atualmente o transplante renal é realizado no Hospital Ophir Loyola e no Hospital Saúde da Mulher, ambos em Belém; no Hospital Regional Público do Araguaia em Redenção e brevemente no Hospital Regional do Baixo Amazonas, em Santarém, este último já credenciado para realizar o procedimento.

O Pará, em 2013, teve 19 doadores de múltiplos órgãos, resultando em 42 transplantes com doador falecido e 12 com doador vivo. Já em 2014 foram 18 doadores de órgãos, possibilitando a realização de 37 transplantes de órgãos oriundos de doador falecido e 13 intervivos. Até agosto de 2015, foram efetivados 15 doadores de órgãos possibilitando a realização de 28 transplantes com doador falecido e 9 com doadores vivos. Ressalta-se que os transplantes de órgãos oriundos de doador falecido vem sendo realizado, no momento, somente na capital do Estado e a maioria dos transplantes com doador vivo, são realizados em Redenção.

Os transplantes de córnea são realizados na região metropolitana de Belém, em Castanhal e Santarém. Ao todo, são 12 estabelecimentos de saúde a realizar este tipo de cirurgia. Em 2013 foram realizados 238 transplantes de córneas, 212 em 2014 e até agosto de 2015 foram realizados 120 procedimentos.