Green Zone encerra atividades em Belém com presença do governador Helder Barbalho e show do Arraial do Pavulagem
Em 11 dias de programação, espaço da COP30 recebeu cerca de 300 mil acessos e reuniu cultura, debates e forte participação popular
A Green Zone da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30) encerrou, nesta sexta-feira (21), a programação em Belém com destaque para a participação do governador Helder Barbalho e para o show do Arraial do Pavulagem, que lotou a arena e transformou o último dia em uma grande celebração coletiva. Em 11 dias, o espaço aberto ao público registrou cerca de 300 mil acessos, reunindo debates, exposições, experiências imersivas e uma agenda cultural contínua.
Um dos destaques da Green Zone, o Pavilhão Pará iniciou o dia com apresentação especial do coral da Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará), em comemoração aos 10 anos do grupo. Ao longo dos 11 dias, o espaço promoveu mais de 35 painéis e mais de 350 atividades, entre reuniões, debates, exposições e lançamentos relacionados a finanças sustentáveis, microcrédito e mobilidade verde.
O governador Helder Barbalho destacou que a força do evento esteve diretamente ligada à presença constante do público e à diversidade de atores que passaram por Belém durante a conferência.
“Entra para a história como a participação popular na COP30. Só na Zona Verde foram mais de 30 mil pessoas por dia. A cidade inteira, o Brasil inteiro veio a Belém debater e discutir este momento. Ter a participação da população, dos movimentos sociais, das empresas e dos poderes constituídos cria uma atmosfera que aponta para ações públicas concretas e, acima de tudo, constrói uma nova consciência em cada cidadão. Depois da experiência vivida aqui, não é mais possível falar de meio ambiente sem ouvir o povo”, afirmou o governador.
Cultura, identidade e recepção internacional
A Green Zone também serviu como vitrine internacional da cultura e da gastronomia paraense, reforçando a identidade amazônica no centro das discussões climáticas. Integrante da delegação da Malásia, Norfazira Salleh destacou a hospitalidade paraense e a proximidade climática com seu país.
“É a minha primeira vez no Brasil e achei Belém muito interessante. O clima se parece com o da Malásia, então nos adaptamos facilmente. Experimentei o tacacá, o peixe e o açaí, e tudo é muito único. A experiência na COP30 foi muito positiva”, relatou.
A professora e pesquisadora ambiental Ângela Maringoli ressaltou o legado deixado pela conferência.
“O que foi feito fica para Belém. A COP vai embora, mas não leva a infraestrutura montada na orla, nem a memória das pessoas. O Pavilhão Pará me encantou: o artesanato, a arquitetura e a comida revelam a alma do povo paraense, com muita autenticidade. Está de parabéns”, avaliou.
Ela reforçou a importância do acompanhamento dos compromissos firmados: “O que espero da COP é que as promessas não fiquem só no discurso. Cabe a nós, sociedade civil, pesquisadores e cidadãos, acompanhar e cobrar para que o que foi anunciado se torne realidade”.
Com o encerramento da Green Zone, Belém conclui um capítulo histórico na realização da COP30, combinando participação popular, compromisso ambiental e valorização da identidade cultural paraense diante do mundo.
