Voluntários levam fé e esperança a pacientes do Hospital Abelardo Santos
Além das visitas semanais à beira leito, o HRAS disponibiliza uma sala de oração totalmente equipada para uma conexão mais íntima com a espiritualidade
“Trazem aconchego ao meu coração", afirma Raimundo Alcântara, de 48 anos, ao se referir às iniciativas religiosas promovidas pelo Hospital Regional Dr. Abelardo Santos (HRAS), com o apoio de voluntários. Pelo menos uma vez por semana, a instituição realiza esse tipo de visita à beira do leito como um recurso essencial para a recuperação e o fortalecimento emocional dos pacientes internados.
Para enfatizar a importância dessa prática no tratamento médico, o HRAS celebra, neste 7 de março, o Dia Mundial da Oração. Dessa forma, busca reafirmar seu compromisso com o bem-estar integral dos pacientes, ressaltando a fé como um elemento de apoio, além de proporcionar um ambiente acolhedor, estreitando os laços de solidariedade e levando conforto a quem necessita.
“Me ver numa situação de fragilidade de saúde causa apreensão e dúvidas sobre minha vida”, relatou Raimundo, que descobriu a doença de insuficiência renal no mês passado. O autônomo complementa: “Então é nessas horas que saber que existem pessoas ao nosso lado, oferecendo todo o suporte necessário e, além disso, transmitindo boas energias para nossas vidas, faz uma enorme diferença”.
Localizado em Icoaraci, distrito de Belém, o Abelardo Santos é a maior unidade de saúde do Governo do Pará. Somente em 2024, o complexo realizou mais de 1 milhão de atendimentos, incluindo consultas, exames e internações em Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) e setores clínicos (pediátricos e adultos). Como hospital público, reafirma seu compromisso com o respeito a todas as expressões de fé.
Marcilene Cardoso ficou emocionada ao ver a imagem de Nossa Senhora de Nazaré. "Eu estava esperando por esse momento, pois sou muito católica. Quando minha Mãe entrou, eu não aguentei. Maria sempre me emociona e falar dEla é falar da uma mulher forte, que é espelho para todas nós. E eu sei que vamos receber o milagre que desejamos, e o nosso testemunho será dado”, declarou a paciente.
Sala de oração - Para aqueles que desejam um momento mais reservado, o Hospital Abelardo Santos disponibiliza uma sala de oração acessível a pacientes e colaboradores. O ambiente é aconchegante, climatizado e preparado para proporcionar paz e reflexão. No final do 6º andar da unidade, o espaço ecumênico está aberto a todas as crenças, sendo um local dedicado ao fortalecimento espiritual.
“Não se trata de religião, doutrinas ou dogmas. Este é um espaço de conexão com o que cada um tem de mais íntimo em sua espiritualidade. Todos podem usufruir desse local para encontrar serenidade, refletir, renovar as energias e alimentar a esperança. Seja em um momento de gratidão, de prece ou simplesmente de silêncio”, destacou Suzane Gonzaga, supervisora do Setor de Humanização.
Suzane acrescenta que o ambiente hospitalar é um lugar de desafios e incertezas. “Por isso, as iniciativas religiosas representam um cuidado que vai além do tratamento médico, oferecendo uma fonte de conforto, força e esperança. A fé, independentemente de como é vivenciada por cada um, desempenha um papel fundamental no processo de recuperação e na humanização do atendimento”.
A relação entre religiosidade e bem-estar é, inclusive, respaldada pela Lei 9.982, a qual prevê que representantes de todas as religiões tenham acesso aos hospitais da rede pública ou privada, para dar atendimento religioso aos pacientes, desde que em comum acordo com estes ou com seus familiares - no caso de doentes que já não mais estejam no gozo de suas faculdades mentais.
O Hospital Abelardo Santos é referência no atendimento à saúde da mulher e da criança, atuando em quatro frentes pediátricas: pronto-socorro, cirurgia, internação clínica e UTI, além do acolhimento nas Unidades de Cuidados Intermediários (UCIn). A pediatria do HRAS conta com 10 leitos de UTI, 25 leitos de clínica pediátrica e um pronto-socorro infantil, garantindo atendimento 24 horas por dia.
