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Fundação da Academia Marajoara de Letras reúne membros de 17 municípios do arquipélago

Por Julie Rocha (IOE)
27/02/2024 15h07

Em uma cerimônia marcada por escritores e representantes de entidades ligadas à literatura e à cultura, a Academia Marajoara de Letras foi fundada com 38 membros de 17 municípios do Arquipélago do Marajó. O evento ocorreu na noite do último sábado (24), no auditório da Igreja Quadrangular, no município de Ponta de Pedras. A Imprensa Oficial do Estado (Ioepa) foi representada pela diretora de Documentação e Tecnologia (DDT), Sandra Batista.

Entre as cidades marajoaras, Soure, Breves e Ponta de Pedras destacam-se com mais cadeiras ocupadas na entidade, seguidas de Anajás, Cachoeira do Arari e Portel. Também participam da academia escritores de Afuá, Bagre, Curralinho, Gurupá, Melgaço, Muaná, Oeiras do Pará, Santa Cruz do Arari, Salvaterra, Chaves e São Sebastião da Boa Vista.

Segundo um dos fundadores da academia, o escritor Ailton Favacho, trata-se de um momento marcante por envolver, no primeiro encontro, uma representatividade de escritores de todos os municípios marajoaras que se reencontram após 14 anos de resgate de um movimento que reunia poetas e escritores marajoaras com lançamentos de antologias do Marajó, o extinto Clube do Poeta e Escritor Marajoara.

 “É um momento de cada um apresentar o seu Marajó através da poesia e da palavra, e o principal ganho é a coesão e o fortalecimento dos vínculos com os marajoaras, que muitas vezes sequer se conhecem devido às dimensões da ilha. Então, é um momento em que a gente consegue socializar as nossas realidades, os nossos sonhos e dificuldades e os nossos anseios. É um ganho para o Marajó, é um momento em que o Marajó mais uma vez vai ter um mecanismo de criação e de produção pra mostrar toda a força que tem a poesia marajoara”.

Para a representante da Ioepa, Sandra Batista, a fundação da academia expressa “a efervescência da cultura marajoara com suas lendas, ritmos, danças, cerâmica, pajelança e saga dos ribeirinhos, habitantes desta que é a maior ilha fluviomaritma do planeta com seus rios, furos, igarapés, campos, tesos e suas praias de areia branca e que reúnem vários ‘Marajós’ que se destacam e que se encontram para celebrar a punjança literária”.

O titular da Ioepa, Jorge Panzera, que não pôde comparecer ao evento por conta de outros compromissos, recebeu a notícia com muita alegria pelo fato de o Marajó agora ter uma representatividade literária que reúne grandes escritores paraenses.

“A fundação da Academia Marajoara de Letras é mais um importante momento num movimento de criação das academias no Estado do Pará e isso casa com o trabalho desenvolvido pela Ioepa, a partir da Editora Pública Dalcídio Jurandir, que é de colocar mais livros para a população paraense e incentivar os escritores e escritoras do nosso Estado a produzir mais livros e retratar a nossa realidade através de trabalhos acadêmicos e de textos literários e de tantas outras coisas que são do talento do nosso Estado”.

Obras publicadas por imortais - Entre as obras marajoaras publicadas pela Editora Pública Dalcídio Jurandir, com escritores que fazem parte da Academia Marajoara de Letras, o livro “Pajé Zé Piranha: Histórias de Cura e Encantaria no Marajó”, lançado em 2021, foi um dos mais vendidos nas feiras do livro. A obra é um trabalho do imortal Ailton Silva Favacho, que assina ao lado do escritor Max do Espírito Santo, que lançou em 2023, pela editora da Ioepa, a obra “O Mundo do Vaqueiro no Romance Marajó”, uma tese de doutorado sobre o estudo do livro "Marajó", de Dalcídio Jurandir.

A Editora Pública da Dalcídio Jurandir também lançou em 2023 a antologia literária “Soure, Pérola do Marajó”, com crônicas, poemas e contos de olhares de quem vive na região. Ao todo, participaram da antologia 51 escritores nascidos ou residentes em Soure, sendo que cinco deles são agora imortais da academia: Márcio Vitelli, José Lúcio Alves, Bárbara Alves, Gabriel Alves e Otávio Nascimento Junior.

“Nosso objetivo maior é que a academia seja um agregador, instrumento valioso em prol da literatura e da cultura com engajamento social a favor do nosso arquipélago dando visibilidade aos nossos membros e apoiá-los no que é necessário, além de ser espaço para memória, preservação e valorização sobre tudo o que é produzido no nosso Estado”, disse o escritor Márcio Vitelli.