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PC prende trio que aplicava golpe financeiro por meio de aplicativos de mensagens

Criminosos assumiam identidades falsas e pediam dinheiro via PIX para vítimas com o uso de redes sociais 

Por Matheus Rocha (SEAC)
19/10/2022 11h00

Três pessoas confessaram participação em todo o esquema criminoso e encontram-se à disposição da JustiçaA Diretoria Estadual de Combate a Crimes Cibernéticos (DECC) da Polícia Civil do Pará, por meio da Divisão de Combate a Crimes Econômicos e Patrimoniais Praticados por Meios Cibernéticos (DCEP), deflagrou, na última segunda (17) e terça-feira (18), a operação “Fake Numbers”, com o objetivo de dar cumprimento a mandados de prisão preventiva e busca e apreensão relacionados à investigação de um crime conhecido como “falso parente”, no qual os criminosos assumiam identidades falsas e pediam dinheiro via PIX, a partir de redes sociais. 

Os cumprimentos de mandados ocorreram nas cidades de Santos e São Vicente, ambas no estado de São Paulo. Até o momento, três pessoas foram presas, sendo dois homens e uma mulher. Os três confessaram todo o esquema criminoso e encontram-se à disposição da Justiça.

Investigações - De acordo com a delegada Vanessa Lee, titular da DECC, as investigações iniciaram ainda no ano de 2021, quando dezenas de pessoas, de diversos municípios paraenses, procuraram a unidade especializada da Polícia Civil para denunciar o golpe. A partir das ocorrências, as equipes policiais conseguiram indícios de autoria e materialidade do crime, a partir do rastro digital deixado pelos criminosos ao abrirem as contas e ao movimentarem o dinheiro. As investigações também apontaram que os investigados estavam no Estado de São Paulo.

O crime investigado, conhecido como “falso parente”, ocorria quando os criminosos conseguiam a foto e os números de telefone de familiares e amigos da vítima, através de engenharia social nas redes sociais, e depois entravam em contato com estas pessoas solicitando quantias em dinheiro.

Em um dos golpes aplicados, o grupo se passou por filho de uma das vítimas e alegou que havia deixado o aparelho celular na assistência técnica, por isso estaria utilizando temporariamente um novo número. Em seguida, os criminosos pediam que fossem realizadas diversas transferências via PIX e pagamentos de boletos, alegando que o valor seria devolvido assim que o celular saísse do conserto. Somente após a realização de várias transferências, a vítima passava a desconfiar e entrava em contato com o número verdadeiro de seu conhecido, descobrindo que se tratava de um golpe.

As investigações apontaram que o grupo criminoso dividia funções entre seus membros, sendo um primeiro grupo responsável pela parte operacional, obtendo os dados das vítimas e habilitando os chips de celular utilizados na fraude para enviar as mensagens falsas. Um segundo núcleo era responsável por agenciar pessoas, conseguindo contas bancárias e chaves PIX de “laranjas", as quais eram repassadas às vítimas para o recebimento dos valores do golpe. Havia ainda um terceiro grupo, formado por pessoas "laranjas", que emprestavam suas contas bancárias e dados pessoais para os criminosos receberem os valores dos golpes, recebendo, para isso, uma porcentagem das transações, que variavam entre 10 e 15% do valor depositado em suas contas.

A associação criminosa agia de forma extremamente rápida, realizando o saque e a transferência dos valores depositados para que com isso dificultasse a recuperação do prejuízo das vítimas. 

Denúncia - As diligências policiais vão prosseguir com o objetivo de identificar e responsabilizar outras pessoas envolvidas no esquema criminoso. A PC ressalta que denúncias de casos similares podem ser feitas pelo disque denúncia 181, ou presencialmente, na sede da Diretoria Estadual de Combate a Crimes Cibernéticos, que fica localizada na Avenida Pedro Miranda, 2.288, bairro da Pedreira, em Belém.

O delegado-geral da Polícia Civil do Pará, Walter Resende, destaca que é "extremamente importante que as vítimas registrem as ocorrências nas unidades para que os casos possam ser devidamente apurados pelas equipes policiais e os responsáveis penalizados pelos crimes".