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Hospital Abelardo Santos é referência em tratamento neurológico de doenças raras

Em outubro, mês do neurologista, especialidade médica figura entre as especialidades de destaque no HRAS

Por Governo do Pará (SECOM)
17/10/2022 09h40

Oferecendo uma infraestrutura operacional e um parque de alto poderio tecnológico, o Hospital Regional Dr. Abelardo Santos (HRAS), em Icoaraci, distrito de Belém, é referência nacional na área de neurorradiologia intervencionista ou neuroendovascular. A especialidade oferta procedimentos de tratamento e diagnósticos, e ainda é responsável por fazer intervenções de doenças raras, como malformação arteriovenosa (MAV) cerebral, que atinge cerca de 0,04% da população mundial. 

A enfermidade é uma anomalia do sistema vascular definida por um complexo de artérias e veias de diferentes tamanhos e malformações presentes desde o nascimento, mas que tem um pico de apresentação entre os 20 a 40 anos. O MAV também apresenta uma série de danos neurológicos, como os aneurismas.

Referência - O serviço de neurorradiologia intervencionista é ofertado por apenas alguns centros no Brasil. No Pará, o HRAS é um Centro Formador da especialidade, assim como o Hospital Ophir Loyola, também na capital paraense. O que significa dizer que a unidade é responsável pela formação acadêmica de médicos especialistas na área da neurorradiologia, devidamente reconhecido pela Sociedade Brasileira de Nerorradiologia/ Colégio Brasileiro de Radiologia (SBNR/CBR). O HRAS também faz parte da formação de especialistas ofertado pelo Centro de Treinamento Especializado em Neurovascular da Amazônia, reconhecido e chancelado pelo MEC e SBNR/ CBR. Dessa forma, o Abelardo Santos mantém o selo pelas iniciativas educacionais e acadêmicas, associadas ao papel social no país.

Para o secretário de Estado de Saúde, Rômulo Rodovalho, a referência do serviço pode ser avaliada no volume de procedimentos já realizados na área. “No primeiro semestre deste ano, foram feitas quase 660 intervenções entre terapêuticas e de diagnósticos. E são poucos os centros formadores do país que conseguem desempenhar todas as habilidades de treinamento com volume, com ensino, pesquisa e entrega social”, observou Rodovalho.

Tratamentos - Os procedimentos ganharam destaque na unidade devido ao baixo volume ofertado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na região. Outro fator, é o valor elevado dos serviços. Na rede privada, por exemplo, as intervenções custam em torno de R$ 90 mil. Atualmente, o HRAS oferta mais de 20 serviços específicos da área.

“Trata-se de procedimentos muitas vezes realizados em caráter de urgência que permitem salvar vidas, tais como aqueles após o rompimento de aneurisma cerebral que necessitam de celeridade. A instituição nos permite o tratamento de lesões desta natureza em até 2 a 3 dias pelo método, o que antes, sem o mesmo no SUS, possuía um retardo enorme na possibilidade de definição e resolução dos casos”, explicou o coordenador do serviço no HRAS, Eric Paschoal, neurocirurgião e neurorradiologista vascular.

Entre os procedimentos ganham destaque no serviço estão: angiografia cerebral; angiografia medular; teste de oclusão; embolização de aneurismas cerebrais; embolização de malformações arteriovenosas cerebral; embolização de fístulas arteriovenosas espontâneas ou traumáticas cerebrais; angioplastia de carótidas; angioplastia de vertebrais; angioplastia do seio venoso; cateterismo do seio petroso inferior (para doenças hormonais) e embolização de malformações arteriovenosas medulares.

Também são feitas a embolização de fístulas arteriovenosas espontâneas ou traumáticas medulares; embolização de tumores de cabeça e pescoço; de tumores orbitais; de lesões vasculares da face. A especialidade também é responsável pela colocação de Stents intracranianos; embolização de malformações vasculares de neonatos que cursam com hidrocefalia ou com insuficiência cardíaca; trombectomia para AVC (em fase de implantação com o protocolo AVC) e nos tratamentos do vasoespasmo cerebral e de hematoma subdural crônico.  

Casos - O neurorradiologista vascular Eric Paschoal também ressalta casos emblemáticos já tratados no HRAS. “Tivemos uma paciente com dois aneurismas (saculações) gigantes, uma na região cervical e outra intracraniana em que foram necessários múltiplos acessos vasculares para desviar o fluxo destas lesões e, com isso, criar um novo paradigma de circulação, nutrindo o lado em que as lesões se situavam. A paciente foi submetida ao tratamento com oclusão completa e sem sequela alguma”, lembra o médico.

“Outro caso foi de um jovem de 19 anos com a presença de uma fístula na medula com compressão importante, determinando paralisia completa das pernas e braços, que após a sessão de tratamento, em duas etapas, voltou a andar e recuperou as funções como se não tivesse nada anteriormente”, apontou Paschoal.

Infraestrutura - O diretor executivo do HRAS, Marcos Silveira, frisa que a oferta destes tratamentos só é possível com o aparato que a unidade possui. “Temos equipamento de hemodinâmica - sala de cirurgia específica para procedimentos mínimos e invasivos- aparelho de alta performance com reconstrução 3D e 4D capaz de detalhar a lesão de forma precisa para o tratamento adequado. Usamos materiais de implantes conhecidos como OPME, como stents, molas destacáveis, colas adesivas, além de materiais de radioproteção para segurança dos profissionais”, observou.

Entenda:  

A neurorradiologia intervencionista é uma área de atuação médica que realiza procedimentos neurológicos no cérebro e ou na medula espinhal, através dos vasos sanguíneos, permitindo de forma minimamente invasiva tratar lesões como aneurismas cerebrais, malformações vasculares e até tumores vascularizados. Para se ter uma ideia, os profissionais médicos levam, no mínimo, 10 anos, após a faculdade, para se especializarem na área.

Serviço: Os procedimentos são 100% gratuitos e encaminhados através da Regulação Estadual. O Hospital Abelardo Santos é administrado pelo Instituto Mais Saúde, em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).

Texto: Roberta Paraense/Ascom HRAS