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Produção de cordel paraense consolida seu espaço na Feira do Livro

Por Elck Oliveira (SEIRDH)
31/08/2019 16h15

Um gênero literário característico do nordeste brasileiro tem conquistado, cada vez mais, admiradores na Amazônia: o cordel, que ganhou no final da manhã deste sábado (31) um espaço privilegiado na programação da 23ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes, que prossegue até este domingo (1⁰), no Hangar - Centro de Convenções. A Arena Multivozes, localizada no centro da Feira, deu lugar ao IX Encontro de Cordelistas da Amazônia, no dia dedicado às vozes dos autores paraenses.

O cordelista Cláudio Cardoso, presidente da Academia Paraense de Literatura de Cordel, no lançamento da AntologiaSegundo o cordelista Cláudio Cardoso, presidente da Academia Paraense de Literatura de Cordel (APLC), a entidade, fundada no ano passado, reúne cerca de 40 membros, de todas as regiões do Estado. “O cordel trabalha muito com os temas que estão acontecendo no momento. Tudo pode virar cordel. Temos andado por todo o Pará e procurado e encontrado muitos cordelistas. Por isso, parabenizo à Feira do Livro pela inclusão de gêneros literários, temas e por abraçar as minorias”, destacou.

Já o cordelista Francisco Mendes, vice-presidente da APLC, lembrou o início da sua paixão pelo cordel, gênero que tem como um dos maiores ícones o poeta popular cearense Patativa do Assaré. “Comecei a ler o Patativa e me apaixonei pelo esquema de poesia do cordel, as rimas, a métrica, a musicalidade. Daí, comecei a praticar, e hoje me considero um cordelista”, contou.

A participação na Feira do Livro ajuda a manter vivo o gênero na AmazôniaPara Francisco Mendes, mais conhecido como “Chico”, a participação do cordel na 23ª Feira Pan-Amazônica do Livro ajuda a manter vivo esse gênero na região. “O Pará já teve uma das maiores editoras de cordel do País, a Editora Guajarina, ou seja, tivemos e temos uma grande produção. Por isso, estar na Feira é de suma importância, é uma vitrine para que possamos difundir ainda mais o cordel”, ressaltou.

Logo depois do sarau dos cordelistas foi lançado o livro “I Antologia de Cordéis do Norte”, editado pela APLC, com obras dos cordelistas que fazem parte da Associação.

Cordelistas declamaram cordéis sobre vários temas, como política e hábitos do paraenseTemática - Assim como o cordel nordestino, o cordel amazônico dá atenção especial aos temas locais, como a relação do povo com as águas, as lendas e mitos da região, bem como assuntos da vida atual. Na apresentação deste sábado, os cordelistas declamaram cordéis sobre política, vaidade, hábitos do paraense, entre outros temas.

A professora Valéria Brito, do Centro Educacional Futuro da Amazônia (Cefam), em Belém, levou cerca de 40 alunos do ensino fundamental para visitar a Feira Pan-Amazônica do Livro e aproveitou para mostrar a literatura de cordel. “Todos os anos, a gente procura trazer os alunos para a Feira e eles adoram, assim como os pais, pois veem a importância do estímulo à leitura. Hoje, estamos tendo a oportunidade de ouvir sobre o cordel, que é um gênero eminentemente brasileiro e que nos revela muito do que somos”, disse a professora.

Serviço: A 23ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes prossegue até este domingo (1⁰ de setembro), no Hangar - Centro de Convenções, das 10 às 21 h, com entrada franca para todas as programações.