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Jogos de Verão aliviam estresse da internação em pacientes do Hospital Metropolitano

Por Dayane Baía (ARCON)
19/07/2019 12h09

Na quinta-feira, 18 de julho, pacientes adultos e infantis do Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), em Ananindeua, tiveram uma programação especial: os Jogos de Verão. Eles puderam sair das enfermarias e circular na área externa, além de praticar jogos de tabuleiro e de baixo impacto. O projeto é oferecido duas vezes por ano com o intuito de reduzir sintomas emocionais, promovendo interação e lazer para acelerar o processo de cura dos pacientes.

A internação abrupta, comum após acidentes graves, modifica a rotina das vítimas, tornando os hospitais ambientes pouco acolhedores. Dessa forma o trabalho da equipe psicossocial buscou combater essa situação, inclusive para que haja adesão aos tratamentos e condutas prescritas. Nesses casos, o fortalecimento do vínculo entre usuário, acompanhante e equipe multiprofissional é fundamental.

A equipe multiprofissional da Unidade auxiliou na locomoção dos atendidos, em maioria com traumatismos. A atividade, relativamente simples, teve um grande significado para pessoas como Antônio Carlos dos Santos, que há dois meses não sentia a brisa da manhã, desde que se envolveu em um acidente com motocicleta. "Quando vi o céu, passou tanta coisa na cabeça, pensei na minha vida, no acidente, na saudade de casa", contou, emocionado.

Para Natália Failache, coordenadora de Humanização do HMUE, a ação também buscou resgatar essas experiências de vida que os pacientes tinham antes de vir para o hospital. "O objetivo é fazer com que eles interajam com outros pacientes e acompanhantes, saindo do ambiente de enfermaria para tomar um pouco de sol, vento, ter contato com jogos lúdicos. Isso faz parte do tratamento aqui. O impacto positivo é o retorno para a enfermaria com satisfação e corresponsabilidade pela sua recuperação", explicou.

Houve uma triagem entre os pacientes que estavam em condições de saúde adequadas para participar dos jogos. A escolha das atividades também foi definida de forma a não oferecer riscos aos usuários, como as opções de tabuleiro (dominó, baralho e dama), além de brincadeiras lúdicas para as crianças (pipas, amarelinha, bola). O sorriso do paciente Jefferson Ferreira demonstrou os efeitos da iniciativa. "Achei muito bom, a gente precisa disso para melhorar. Hoje me diverti bastante com meus amigos, a gente se torna uma família porque está mais envolvido com eles também no dia a dia", avaliou.

A mãe do pequeno Rafael Sarmento, de 7 anos, também concordou ao ver o filho voltar a empinar pipa depois de se machucar com a prática. "Até ontem ele dizia que não queria mais pipa, porque doía muito. É uma superação tanto para ele quanto para mim, pois eu não ia deixar ele brincar, depois do acidente quero protegê-lo mais ainda", afirmou Josiele Sarmento.

A atividade contou com a participação de assistentes sociais, psicólogas, terapeutas ocupacionais, residentes e voluntários. Daniel Athaide, estudante de Farmácia, se tornou voluntário há um mês, e após passar por treinamento, veio atuar pela primeira vez. "Tenho como motivação ajudar sempre o próximo, contribuir com a melhoria, o bem estar de outra pessoa. Estou gostando bastante de trazer a criança da rotina hospitalar, quebrando essa dinâmica. Esse contato é muito bacana, será o primeiro de muitos", concluiu.